sábado, 7 de janeiro de 2012

VISITANDO LIVROS
ANO 01 – Nº 302

Precisava buscar um certificado, de participação em evento, em outra instituição. Como havia participado juntamente com o meu colega Prof. Dr. Edgar Timm, o convidei para irmos juntos. Dirigimo-nos ao setor competente e apanhamos nossos ‘comprovantes’ de participação, que serão devidamente registrados no Currículo Lattes. Como já fosse próximo ao meio-dia, convidei o colega para almoçarmos juntos por ali mesmo e depois visitarmos as livrarias da instituição.

Após a sobremesa iniciamos o tour em busca das novidades de publicações. Foi o melhor do programa: uma das atividades prazerosas para mim, numa livraria, é localizar as obras que me interessam e começar a consultá-las. Enquanto o colega fazia uma verdadeira varredura nas estantes e prateleiras do estabelecimento eu me acomodava em uma poltrona ou cadeira (que sempre existe nas boas livrarias) e iniciava a minha viagem pelas obras escolhidas. Nem sempre compro algo (como aconteceu ontem), mas aproveito para vasculhar os lançamentos com os olhos de águia.

De repente, um livro me chamou a atenção. Abordava a questão da sustentabilidade na perspectiva do novo milênio. O tema me interessou bastante, mas a obra se restringia a uma abordagem propedêutica, não aprofundava os temas propostos. Outra obra que consultei focava diretamente a minha disciplina, a Bioética, mas já tinha mais de cinco anos e, no caso dessa temática, é tempo demais – fica desatualizado.

Quase terminando o périplo, encontrei uma obra que ainda não li, mas que me chamou a atenção. Trata-se de A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas, de Zygmunt Bauman, edição de 2009. Numa sinopse que encontrei na internet diz que “a obra afirma que a individualização se tornou o destino de todo habitante de uma grande cidade contemporânea, não uma opção, pois a sociedade estimula os indivíduos a agirem em função dos problemas e medos que surgem diariamente. E, ao tentar fazer com que as vidas tenham sentido, os homens tendem a culpar suas próprias falhas e fraquezas pelos desconfortos e derrotas que enfrentam. Para o autor, a reação só leva a mais isolamento. Bauman se baseia nessa teoria e tenta mostrar como a sociologia pode contribuir para conectar as decisões e ações individuais aos medos e questionamentos do ser humano.”.[1] Os indivíduos isolados se encontram, mas isso não provoca aproximações, mas um isolamento ainda mais evidente, quase imposto pelo sistema de vida contemporâneo.

Como disse, não o li, apenas examinei algumas páginas, mas fiquei entusiasmado com o tema e, como é do Bauman, não há risco: está na minha lista de compras. Valeu o tour pelas livrarias, aliás, é um passeio que recomendo para as férias.

Com votos de um ótimo sábado!


DESTAQUE DO DIA

Dia do leitor

Ler é viajar. Esta frase é bastante conhecida não deixa de ser verdade, pois foi (e ainda é) através da leitura que o homem passou a conhecer lugares onde nunca esteve, se remeter ao passado histórico ou criado e até mesmo, projetar o futuro. [...] É importante lembrar que não se nasce leitor, o aprendizado da leitura é um processo infinito de capacitação que é fomentado pelo contato com livros. Pouco a pouco, a prática da leitura nos faz buscar cada vez livros mais complexos, sejam eles literários ou não, o que indica nosso crescimento na capacidade de interpretação e de abstração. Ler nunca é uma atividade passiva. Através da leitura, o leitor identifica e cria lugares, personagens e estórias. Muitas vezes, se projeta no que está lendo.[2]



[1] Disponível em http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=2629944&sid=899444251131228313165062532. Acesso em 6 jan 2012.
[2] DIA DO LEITOR. Disponível em http://www.jornalvivabrasil.com.br/datas_comemorativas/index.php?option=com_content&view=article&id=116:dia-do-leitor-&catid=422:dia-07&Itemid=32. Acesso em 6 jan 2012.

4 comentários:

  1. Fiquei intrigado pelo livro... Mas discordo, com o mais simples argumento: a minha individualização se dá na alegria e satisfação plena da pessoa amada. Seja uma pessoa amante ou seja parte da "família". A satisfação pessoal ainda se dá na felicidade do outro ou da outra, o sentido ainda se constroi na relação estabelecida entre os indivíduos. Então, acho que o autor limita-se muito no conceito de "problema", como se ele fosse capaz de saber o quê constitui o problema de cada um.
    Vale lembrar que moro em uma grande cidade brasileira contemporanea, Rio de Janeiro.

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  2. Oi Iguatemi,

    o autor trabalha coma ideia de que nossa intencionalidade, no encontro do outro, é a satisfação individual. Ele trabalha com a perspectiva geral da sociedade contemporânea de consumo. A tua posição de que a satisfação pessoal só se realiza na alteridade também é a do autor. Há uma entrevista com o Bauman que ajuda a entender sua posição: http://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4A

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  3. Muito cotidianista ( o neologismo quer significar ‘Profeta do cotidiano’) Garin,
    bela associação do périplo pelas livrarias com o dia do leitor, marcado por foto que diz tudo.
    Um bom sábado, que se anuncia tórrido e sequioso de chuvas
    attico chassot
    http://mestrechassot.blogspot.com

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  4. Caro Chassot,

    Refletir sobre o cotidiano tem me desafiado, mas acho que não chego a ser um cotidianista - não tenho essa competência, ou seria habilidade (entendes, não?); tua blogada de hoje também contemplou, como quase todo o sábado, a 'tribo dos leitores'.

    Um abraço,

    Garin

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