CRIACIONISMO
Nossa aula de ontem na Universidade do
Adulto Maior do IPA, na disciplina de Enfoque Socioantropológico do Envelhecimento
deveria ser sobre o tema da Maturidade na visão de pensadores clássicos e
contemporâneos. Entretanto, quando cheguei à aula, o pessoal queria debater
outro assunto. Um dos alunos havia trazido um recorte de papel sobre as
concepções atuais a respeito do surgimento do ser humano.
Evidentemente que o jornal trazia um elenco
das principais concepções contemporâneas sobre o assunto, mas nos concentramos
nas duas que mais dividem as opiniões: o criacionismo e o evolucionismo. Como é
do conhecimento da maioria, a primeira demanda de concepções teológicas e a
segunda, da biologia.
Nossa conversa girou em torno da
radicalidade das concepções. Quando os defensores falam do criacionismo se
reportam à narrativa registrada no primeiro livro da Bíblia sobre o mito
etiológico da formação do universo, do planeta, do dia e da noite e, também do ser
humano. Trata-se de uma narrativa de conteúdo teológico aceito por religiões de
origem semita, que remete o início de tudo a um Deus fundador de todas as
coisas.
Por outro lado, os defensores do
evolucionismo se reportam à teoria desenvolvida por Charles Darwin que, a
partir de observações realizadas na natureza desenvolveu a concepção de que as espécies
são resultados de uma seleção natural. Características genéticas que favorecem
a sobrevivência de uma população são preservadas e evoluem enquanto que características
que atrapalham sua permanência tornam-se mais raras até desaparecer.
O debate da aula se concentrou na forma
como chegamos a essas duas percepções de conhecimento: a teológica e a científica.
Embora ambas convivam contemporaneamente, como se fossem chaves, cada uma abre
uma porta diferente do mesmo assunto. Apesar do muito esforço, os cientistas
não conseguem acessar o criacionismo porque sua chave não abre e fechadura da
fé, pois se preocupa prioritariamente com o ‘como’ os fenômenos se desenvolvem.
Da mesma forma os teólogos, debatendo e buscando compreender o evolucionismo,
esbarram nas teorias das ciências da natureza porque sua chave abre a fechadura
do ‘o quê’ sobre os fenômenos.
O teólogo fala sobre no quê acredita e o cientista
aborda a maneira como o fenômeno se desenvolve. Como são pontos de partidas
distintos não têm como comprovar, com sua chave de conhecimento, a concepção do
outro. Ambos se debruçam sobre um mesmo tema, mas por ângulos diferentes.
Entretanto, um teólogo pode ser cientista e
desenvolver seu conhecimento sem negar suas crenças na mesma medida em que um
cientista pode ser crente desde que não permita que suas convicções religiosas
interfiram em sua observação objetiva. De uma forma simples foi assim que concluímos
nossa aula de ontem.
Com votos de uma ótima terça-feira!
DESTAQUE DO DIA
Queda de Constantinopla (559 anos)
Denomina-se
queda de Constantinopla a conquista da capital bizantina pelo Império Otomano
sob o comando do sultão Maomé II, na terça-feira, 29 de maio de 1453. Isto
marcou não apenas a destruição final do Império Romano do Oriente, e a morte de
Constantino XI, o último imperador bizantino, mas também a estratégica
conquista crucial para o domínio otomano sobre o Mediterrâneo oriental e os
Bálcãs. A cidade de Constantinopla permaneceu capital do Império Otomano até a
dissolução do império em 1922, e foi oficialmente renomeada Istambul pela
República da Turquia em 1930.
A queda
de Constantinopla para os turcos otomanos foi um evento histórico que segundo
alguns historiadores marcou o fim da Idade Média na Europa, e também decretou o
fim do último vestígio do Império Bizantino. Constantinopla (em latim: Constantinopolis; em grego:
Κωνσταντινούπολη) é o antigo nome da cidade de Istambul, na atual Turquia. O
nome original era Bizâncio (do grego Bυζαντιον, transliterado em Bizâncio). O
nome da cidade era uma referência ao imperador romano Constantino I, que tornou
esta cidade a capital do Império Romano em 11 de maio de 330.
Meu caro Garin,
ResponderExcluirparabéns pela maneira como conduziu na aula da Universidade do Adulto Maior a discussão criacionismo versus evolucionismo.
Um teólogo que se refere à narrativa da criação no Gêneses como um mito etiológico [e não como a ata que descreva um acontecimento] tem toda minha admiração e certamente usa outro diapasão para conduzir a discussão.
Ser a queda de Constantinopla marco como fim da Idade Média e inicio dos tempos modernos, como ainda hoje ouvi em emissora de rádio, e tu trazes como possibilidade não adiro, pois para mim 31 de outubro de 1517 é mais adequado e significativo para este balizamento.
Com continuada admiração
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Amigo Chassot,
Excluirobrigado pelos cumprimentos. Há muito que se caminhar no entendimento das narrativas bíblicas. Elas são reveladoras de uma maneira particular de perceber o transcendente.
Um abraço,
Garin