FICOU PARA TRÁS
ANO 02 –
Nº 423
Um dia desses, me parei a pensar sobre
algumas coisas que faziam parte da minha infância e que ficaram perdidas no
nevoeiro do passado. Uma delas era a habilidade que possuía para colocar a
canga numa junta de bois. Quando menino fazia isso com muita facilidade. Hoje não
consigo lembrar se primeiro colocava a canga sobre o boi da direita ou se sobre
o boi da esquerda. Como os animais eram mansos e acostumados a essa prática,
caso errasse a ordem dava confusão. Outra habilidade que ficou na esteira do
tempo foi o corte da cana para a feitura do melado: não consigo lembrar em que
mês do ano sempre fazíamos isso.
Enfim, na esteira desses esquecimentos se
estendem outros tantos que povoavam o cotidiano de um guri da agricultura
familiar que possuía uma serie de habilidades próprias de quem trabalha na roça
e no campo. Não sei se hoje conseguiria laçar um terneiro no meio da mangueira,
por exemplo, ou se conseguiria ordenhar uma vaca manualmente. Pelo desuso, as
habilidades vão sendo esquecidas e, na medida em que adquirimos novas
habilidades, aquelas que deixamos para trás vão desaparecendo como um nevoeiro
que se dissipa.
Estava acompanhando um programa de rádio no
qual um entrevistado, especialista em movimento humano, falava sobre os motivos
pelos quais adquirimos algumas enfermidades próprias de quem quase não se
movimenta mais. Entre outras coisas ele disse que o corpo foi projetado pela
natureza para se movimentar. Na medida em que anda de elevador, escadas
rolantes, automóveis etc. acaba se atrofiando. Ouvi de um mecânico que um carro
precisa se movimentar. Se quase não sai da garagem, acaba se deteriorando,
mesmo novo.
Com todas essas coisas em mente, lembrei-me
de um texto que li no evangelho:
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.
Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta;
e todo o que dá fruto limpa, para que produza
mais fruto ainda. (Jo 15.1-2)
DESTAQUE DO DIA
Morte de Schiller (207 anos)
Johann
Christoph Friedrich von Schiller nasceu em Marbach am Neckar a 10 de novembro
de 1759 e morreu em Weimar a 9 de maio de 1805. Mais conhecido como Friedrich
Schiller, foi um poeta, filósofo e historiador alemão. Schiller foi um dos
grandes homens de letras da Alemanha do século XVIII, e juntamente com Goethe,
Wieland e Herder é representante do Romantismo alemão e do Classicismo de
Weimar. Sua amizade com Goethe rendeu uma longa troca de cartas que se tornou
famosa na literatura alemã.
Em 1794
floresce uma forte amizade com Goethe, que se iniciou na verdade em 1788,
quando este retorna de sua viagem à Itália. No início ambos não sentiram grande
entusiasmo um com o outro, porém com o tempo iniciaram uma cooperação que se
tornou icônica do Romantismo alemão. As cartas que trocaram se tornaram
históricas, e são prova da amizade sincera que existiu entre os dois e que
sempre foi temperada com uma dose de competição. Goethe se sentia incomodado
com o sucesso de seu "concorrente mais jovem", sentimento que era
compartilhado por Wieland, e não suportava o vício de Schiller pelo tabaco e
pelo jogo. Apesar disso, os dois tiveram uma fértil produção, como o poema
Xênias (1796), baseado no livro homônimo de Marcial. A cooperação com Goethe
faz Schiller exercer sua criatividade ao máximo, com uma produção de numerosas
baladas, de poemas como A Luva, O anel de Polícrates, etc e de peças de teatro.
Schiller também edita a revista As Horas. Em 1796, ano em que Goethe retoma seu
Fausto, Schiller começa a escrever Wallenstein, sua peça de maior destaque.[1]
[1]
FRIEDRICH SCHILLER. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Schiller.
Acesso em 9 maio 2012.
Meu caro Garin,
ResponderExcluir... e os brinquedos de nossa infância que não existem mais e se existissem seríamos incapazes de fazê-lo: trepar em árvores, pular corda, jogar sapatá, empinar bicicleta, fazer pandorga, jogar bolita, andar de arco...
Oh! que saudades que eu tenho de minha infância querida que meus nestos não conhecerão.
attico chassot
Amigo Attico,
Excluir... eu só não podia brincar de mocinho e bandido. Por causa da tradição evangélica de minha mãe, qualquer coisa que se referisse à violência era reprimido. Por vezes, ficava olhando de longe a gurizada brincar entre as macegas de barba-de-pau dando tiros com pistolas de madeira...
Um abraço,
Garin