ZIGUEZAGUE
Quando minha esposa chegou, fomos conversar
sobre o dia de cada um. Ontem à tarde ela fora à Igreja ajudar na arrumação das
mesas para o chá beneficente que será servido amanhã. Como de costume, sempre
pergunto como foi o trânsito, se demorou muito, se as ruas estavam tranquilas
etc. Pois foi respondendo a essa última questão que me contou sobre um carro
que ia à sua frente na avenida perimetral. Disse ela que o carro cortava para a
direita, cortava para a esquerda, enfiava-se nos espaços apertados entre dois
veículos e assim fez todo o trajeto.
Começamos a nos questionar sobre os motivos
que levam uma pessoa a adotar uma atitude assim, tão imprevidente. Caso fosse
questão de pressa, essas manobras seriam completamente inúteis: sempre há um semáforo
à frente que para todo o tráfego. Se fosse por exibicionismo, o local seria
inadequado: ninguém está ligado nesse tipo de demonstração em plena terça-feira
de trabalho. Se fosse por inabilidade, a avenida não seria o local apropriado,
pois representaria riscos adicionais. Restou mesmo a gente concluir que se tratava
de ansiedade de quem estava ao volante do veículo.
Considerando os avanços tecnológicos
incorporados aos carros atuais, bem que poderiam incorporar um leitor de
ansiedade. Uma pessoa ansiosa, ao ponto de colocar a vida dos outros e a sua em
risco, não deveria dirigir um carro. Poderia ser algum dispositivo eletrônico que
percebesse as manobras arriscadas e acionasse, de forma automática, os freios
do carro desligando todos os seus sistemas. Como sabemos, a ansiedade só piora
a situação do sujeito. Não há aumento de precisão, não há melhora de
desempenho, não representa maior velocidade, não ajuda a chegar mais rápido a
lugar nenhum.
Percebe-se, pela reação pública das pessoas,
que enfrentamos uma crise de ansiedade. Talvez seja pela alta competitividade
da sociedade contemporânea, talvez seja pelo medo de ‘ficar para trás’. O nervosismo
da cidade grande pode estar influenciando negativamente o comportamento de
homens e mulheres que se sentem impelidas a responder, com competência, aos
desafios, objetivos e metas que lhes são impostas por corporações. Quem sabe
nem é isso. Talvez seja uma espécie de autocobrança sobre os distintos papeis que
desempenha no dia-a-dia. De qualquer modo, alguém que ziguezagueia numa avenida
movimentada não está em condições de estar onde está. Para dirigir não basta
estar sóbrio: é necessário estar com saúde e isso inclui a necessária
serenidade para dirigir sua ‘máquina’ entre outras ‘maquinas’ perigosas.
Caso encontre alguém assim, ajude-o a
refletir sobre o que está fazendo! Será bom para ele. Será melhor para todos os
outros que compartilham o mesmo trânsito.
Votos de uma ótima quarta-feira, quando já
dobramos a metade do mês!
DESTAQUE DO DIA
Dia do Gari
O gari (ou
lixeiro) é o profissional da limpeza que trabalha com lixo assegurando a
limpeza da via pública. O surgimento do termo gari provém do nome de Pedro
Aleixo Gary. Durante o Império, ele assinou o primeiro contrato de limpeza
urbana no Brasil, no dia 11 de outubro de 1876, com o Ministério Imperial. O
serviço incluía remoção de lixo das casas e praias e posterior transporte para
a Ilha de Sapucaia, onde hoje fica o bairro Caju.[1] Aleixo
costumava reunir, no Rio de Janeiro, funcionários para limpar as ruas após a
passagem de cavalos. Os cariocas, que se acostumaram com esse trabalho, sempre
mandavam chamar a "turma do gari". Aos poucos, e de tanto repetir, a
população associou o sobrenome de Aleixo Gary aos funcionários que cuidavam da
limpeza das ruas.[2]
Meu caro Garin,
ResponderExcluirprovavelmente sejas aparentados com aquele que deu o nome a uma profissão. Ontem no CUM-IPA, conversando com um ex-aluno de Educação Física, me contava que ele trabalhava como ‘cuidador de recreio’ em uma escola, disse está aí um bom nicho para os licenciados em Educação Física. Ele ficou intrigado. Já tinha partido, mas volta: Professor por que o senhor diz que meu trabalho é lixo?
Então tive que explicar o que era nicho, que ele nunca havia ouvido. A propósito: ziguezague na blogada de hoje é uma palavra que vemos poucas vezes escrita parece ser uma palavra apenas de nossa oralidade,
Com estima
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluirquando fui escrever ziguezague tive que soletrar antes; concordo contigo, falar se fala, escrever é muito mais raro.
Um abraço,
Garin