quarta-feira, 30 de maio de 2012

O que quereis? - ANO 02 – Nº 444


O QUE QUEREIS?

A ansiedade comum na era contemporânea, especialmente para quem habita as grandes cidades, tem levado as pessoas a se adiantarem em muitas coisas. Uma dessas é tentar descobrir o que os outros estão necessitando, o que estão desejando, que sonhos estariam sonhando. Como as instituições e empresas são feitas de pessoas esse fato também se repete. Isso é possível perceber nas peças publicitárias, nos anúncios de comunicação nos mais diferentes meios, como rádio, outdoor, internet, TV etc. Nossa ansiedade não nos permite esperar que sejamos informados sobre as reais necessidades que nos rodeia.

Alguns anos atrás uma igreja realizou uma grande campanha evangelística em um país da América Latina com um slogan que foi disseminado por todo o país. Nessa ocasião, esse slogan foi pichado no muro de um terreno baldio: “Cristo é a única resposta!”. Dias depois alguém, passando por aquele lugar escreveu embaixo: “Porém, qual é a questão?”. Isso ilustra boa parte da nossa ansiedade em adivinhar o que os outros vão querer antes mesmo de ouvi-los. Não temos tempo para escutar os outros.

Certa vez, enquanto subia para Jerusalém, dois discípulos de Jesus anunciou-lhe que ele e um colega queriam lhe fazer um pedido. A resposta que recebeu foi outra pergunta: “Que quereis que vos faça?”. A atitude de Jesus, nesse contexto, deveria ser paradigma para as atitudes que devemos tomar em relação ao nosso entorno: antes de oferecer alguma coisa, questionar sobre qual é mesmo o pedido.

Na maioria das vezes, nossa ansiedade induz a errar feio na resposta. Pensamos que os outros têm uma necessidade, mas é importante entender o que o outro percebe como sua necessidade. Pode ser muito diferente da nossa percepção, mas será a necessidade que ele está sentindo. É fundamental evitar que nossa ansiedade tolha a autonomia do outro na interação social de cada dia.

Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de
 Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos
concedas o que te vamos pedir. E ele lhes perguntou:
Que quereis que vos faça? (Mc 10.35-36)

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DESTAQUE DO DIA

Morte de Voltaire (234 anos)

François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire nasceu em Paris a 21 de novembro de 1694 e morreu na mesma cidade a 30 de maio de 1778. Foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês. Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio. É uma dentre muitas figuras do Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Americana. Escritor prolífico, Voltaire produziu cerca de 70 obras em quase todas as formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas, mais de 20 mil cartas e mais de 2 mil livros e panfletos. Foi um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura e severas punições para quem as quebrasse. Um polemista satírico, ele frequentemente usou suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições francesas do seu tempo. Voltaire é o patriarca de Ferney. Ficou conhecido por dirigir duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e da nobreza. Por dizer o que pensava, foi preso duas vezes e, para escapar a uma nova prisão, refugiou-se na Inglaterra. Durante os três anos em que permaneceu naquele país, conheceu e passou a admirar as ideias políticas de John Locke.[1]


[1] VOLTAIRE. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Voltaire. Acesso em 30 maio 2012.

2 comentários:

  1. Estimado colega Garin,
    tua edição de hoje evocando o polêmico Voltaire remeteu-me a dicionários para entender melhor deísta/deísmo // teísta/teísmo.
    Muito obrigado,
    attico chassot

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    1. Amigo Chassot,
      obrigado pelo teu comentário. Fico feliz que tenha te provocado a ampliar ainda mais os teus fartos conhecimentos.
      Um abraço,

      Garin

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