O QUE QUEREIS?
A ansiedade comum na
era contemporânea, especialmente para quem habita as grandes cidades, tem
levado as pessoas a se adiantarem em muitas coisas. Uma dessas é tentar
descobrir o que os outros estão necessitando, o que estão desejando, que sonhos
estariam sonhando. Como as instituições e empresas são feitas de pessoas esse
fato também se repete. Isso é possível perceber nas peças publicitárias, nos anúncios
de comunicação nos mais diferentes meios, como rádio, outdoor, internet, TV etc. Nossa ansiedade não nos permite esperar
que sejamos informados sobre as reais necessidades que nos rodeia.
Alguns anos atrás uma
igreja realizou uma grande campanha evangelística em um país da América Latina
com um slogan que foi disseminado por todo o país. Nessa ocasião, esse slogan
foi pichado no muro de um terreno baldio: “Cristo é a única resposta!”. Dias depois
alguém, passando por aquele lugar escreveu embaixo: “Porém, qual é a questão?”.
Isso ilustra boa parte da nossa ansiedade em adivinhar o que os outros vão
querer antes mesmo de ouvi-los. Não temos tempo para escutar os outros.
Certa vez, enquanto
subia para Jerusalém, dois discípulos de Jesus anunciou-lhe que ele e um colega
queriam lhe fazer um pedido. A resposta que recebeu foi outra pergunta: “Que
quereis que vos faça?”. A atitude de Jesus, nesse contexto, deveria ser
paradigma para as atitudes que devemos tomar em relação ao nosso entorno: antes
de oferecer alguma coisa, questionar sobre qual é mesmo o pedido.
Na maioria das vezes,
nossa ansiedade induz a errar feio na resposta. Pensamos que os outros têm uma
necessidade, mas é importante entender o que o outro percebe como sua
necessidade. Pode ser muito diferente da nossa percepção, mas será a
necessidade que ele está sentindo. É fundamental evitar que nossa ansiedade
tolha a autonomia do outro na interação social de cada dia.
Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de
Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre,
queremos que nos
concedas o que te vamos pedir. E ele lhes perguntou:
Que quereis que vos faça? (Mc 10.35-36)
Votos de uma ótima
quarta-feira!
DESTAQUE DO DIA
Morte de
Voltaire (234 anos)
François Marie Arouet, mais
conhecido como Voltaire nasceu em Paris a 21 de novembro de 1694 e morreu na
mesma cidade a 30 de maio de 1778. Foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo
iluminista francês. Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa
das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio. É uma
dentre muitas figuras do Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram
pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Americana.
Escritor prolífico, Voltaire produziu cerca de 70 obras em quase todas as
formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras
científicas e históricas, mais de 20 mil cartas e mais de 2 mil livros e panfletos.
Foi um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura e
severas punições para quem as quebrasse. Um polemista satírico, ele
frequentemente usou suas obras para criticar a Igreja Católica e as
instituições francesas do seu tempo. Voltaire é o patriarca de Ferney. Ficou
conhecido por dirigir duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do
clero e da nobreza. Por dizer o que pensava, foi preso duas vezes e, para
escapar a uma nova prisão, refugiou-se na Inglaterra. Durante os três anos em
que permaneceu naquele país, conheceu e passou a admirar as ideias políticas de
John Locke.[1]
Estimado colega Garin,
ResponderExcluirtua edição de hoje evocando o polêmico Voltaire remeteu-me a dicionários para entender melhor deísta/deísmo // teísta/teísmo.
Muito obrigado,
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluirobrigado pelo teu comentário. Fico feliz que tenha te provocado a ampliar ainda mais os teus fartos conhecimentos.
Um abraço,
Garin