sábado, 19 de maio de 2012

Tecnologia - ANO 02 – Nº 433


TECNOLOGIA

Acordei cedo para fazer meu chimarrão. Antigamente reunia a lenha mais seca, amassava umas palhas de milho, arrumava entre as achas de lenha e colocava uns gravetos mais finos sobre as palhas. Riscava um fósforo (quando havia) e o fogo estava iniciado. Bastava dar uns assopros, a palha se incendiava e o fogo começava a crepitar no velho fogão de chapa. Esses fogões representavam um avanço tecnológico importante, pois facilitavam o manuseio e economizavam lenha.

Ao tempo do meu avô, o fogo era guardado, por semanas, num tronco de árvore deitado no chão do galpão. Fazia-se fogo à altura da metade do tronco e ia se queimando aos poucos. À noite restava o braseiro que ajudava o tronco a permanecer queimando lentamente. Chamávamos aquele tronco de “guarda-fogo”. Na manhã seguinte bastava assoprar as brasas do mesmo, colocar algumas palhas de milho e o fogo voltava o suficiente para aquecer uma chaleira preta, pendurada na trempe, para sevar o mate.

Lembro-me de algumas vezes que precisei buscar fogo na casa da minha tia, distante uns quatrocentos metros de nossa casa. Acomodava uma porção de brasas dentro de uma lata vazia, de compota de abacaxi, no formato de cone, e voltava campo a fora. De vez em quando parava e dava uns assoprões na boca da lata para “avivar” as brasas. Chegava em casa feliz! Aquelas brasas possibilitavam o aquecimento da água, o cozimento dos alimentos e tudo o mais que necessitava do fogo.

Hoje é um tanto diferente. Não preciso mais buscar água na fonte, é só abrir a torneira e ela jorra ali, na cozinha mesmo. O fogo, ah, o fogo é outra história. Nada de acomodar lenhas palhas e gravetos, basta girar o botão do fogão e lá está a chama azul provocada pela queima do GLP, na medida certa para aquecer minha água de chimarrão.

Poderia dizer que a tecnologia mudou muito nesse tempo todo. Uma coisa que a tecnologia não conseguiu mexer foi com a tradição do mate. Continua sendo na velha cuia de porongo, preparado com erva-mate e sorvido pela bomba de metal, com a temperatura da água no ponto certo: no primeiro chiado.

Como dizia meu pai: “Buenas, vamos ao mate!”.
DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Fichte (250 anos)

Johann Gottlieb Fichte nasceu em Rammenau, Saxônia a 19 de maio de 1762 e morreu em Berlim a 27 de janeiro de 1814. Foi um filósofo alemão. Fichte decidiu devotar sua vida à filosofia, depois de ler as três Críticas de Immanuel Kant, publicadas em 1781, 1788 e 1790. Em 1790, ele volta para Leipzig, onde um pupilo seu pede para ter lições sobre a filosofia kantiana. Apesar de mal conhecer as obras de Kant, Fichte aceita o pedido e passa a estudar com afinco as obras de Kant, dando conta das três críticas em poucas semanas. A leitura das críticas foi muito importante para que Fichte superasse o determinismo, fazendo com que se evidenciasse que o "novo mundo" é o mundo da liberdade, que se evidenciava como a chave para entender toda a estrutura da razão.[1]


[1] JOHANN GOTTLIEB FICHTE.  Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Gottlieb_Fichte. Acesso em 19 maio 2012.

Um comentário:

  1. Meu estimado amigo,
    se precissássemos surprrender nossos ancestrais com novas tecnologias em nossas casa, bastaria mostrar-lhes nossas cozinha.
    Vamos ao mate, que este ainda tem alguns rituais de antanhos,
    achassot

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