A COISA CERTA
Hoje estou convidando os leitores e
leitoras deste blog a refletir sobre uma parte da obra de Aristóteles (384 a.C.
– 367 a.C.) quando se refere à ética. Vamos ao texto:
O prazer ou a dor que
sobrevêm aos atos devem ser tomados como sinais indicativos de nossas
disposições morais. Com efeito, o homem que se abstém dos prazeres do corpo e
se alegra com a própria abstenção é temperante; em contraste, o homem que se
aborrece com isso é intemperante; e quem enfrenta coisas temíveis e sente
prazer em fazê-lo, ou, pelo menos, não sofre com isso, é corajoso, ao passo que
o homem que sofre quando enfrenta coisas temíveis é covarde. Com efeito, a
excelência moral relaciona-se com prazer e sofrimento; é por causa do prazer
que praticamos más ações, e por causa do sofrimento que deixamos de praticar
ações nobres. Por isso, como diz Platão, deveríamos ser educados desde a
infância de maneira a nos deleitarmos e de sofrermos com as coisas certas;
assim deve ser a educação correta.[1]
Evidentemente, que ao tempo de Aristóteles,
a preocupação ética maior era encontrar a maneira correta de alcançar a
virtude. Considerando o contexto belicoso e o cenário político, buscavam-se
formas e posturas que correspondessem ao ideal de ser humano virtuoso.
Deixando de lado esse contexto, o
pensamento do Filósofo nos conduz a refletir sobre o contexto contemporâneo e os
desafios éticos do nosso tempo no que diz respeito à postura política e a
perseguição daquilo que o ser humano atual considera ‘virtuoso’. Se tivéssemos que
responder agora qual é a educação correta, qual seria nossa reação? Um momento
para refletir sobre os tempos contemporâneos de moralidade líquida.
Votos de um boa quinta-feira!
DESTAQUE DO DIA
Dia mundial de luta contra o tabaco
A
palavra "tabaco" originou-se do termo taino tabaco, que designava o tubo em forma de "y" com que
estes índios fumavam a erva. O seu nome científico, Nicotiana foi dado em
homenagem ao embaixador francês em Portugal Jean Nicot, o introdutor da planta
na França. No entanto a palavra árabe tabbaq
já era usada, no século IX, como nome de várias plantas. O tabaco foi trazido
para a Europa, aonde se veio a tornar muito popular, pelos espanhóis no início
do século XVI. Antes disso era apenas encontrado na América, onde já era usado
pelo nativos americanos. Era mascado, ou então aspirado sob a forma de rapé
(depois de secar as suas folhas). Em 1561, Jean Nicot aspirava-o moído (rapé) e
percebeu que ele aliviava suas enxaquecas. Desta forma, nesse ano, enviou
sementes e pó de tabaco para França, para que a rainha Catarina de Médicis, o
experimentasse no combate às suas enxaquecas. Com o sucesso deste tratamento, o
uso do rapé começou a se popularizar. O corsário Sir Francis Drake foi o
responsável pela introdução do tabaco em Inglaterra em 1585, mas o uso de
cachimbo só se generalizou graças a outro navegador, sir Walter Raleigh.[2] Hoje,
no entanto, sabe-se que o tabaco causa inúmeros prejuízos à saúde humana sendo
combatido em quase todas as partes do mundo.
Hoje é o
dia dedicado ao combate ao uso do tabaco nas suas formas mais distintas,
cigarro, charuto, cachimbo etc. É um momento de alerta para todas as pessoas.
Muito estimado Garin,
ResponderExcluirtambém: o filósofo.
Releva, mas não tenho alcance para entender a proposta aristotélica de abster-nos do prazer. Prefiro que militemos na abstinência do tabaco que mata ~~ dolorosamente ~~ milhões de mulheres e homens a cada ano.
Com admiração,
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluirquando Aristóteles fala de prazer ele se às coisas que destroem o ser humano, são os impulsos malignos que acometem às paixões da alma. bem diferente do que entendemos por prazer na atualidade.
Um abraço,
Garin
Está questão da educação correta veio bem a calhar, hoje dia de formação continuada da SEC, oferecido aos professores. O professor José Luiz ministrou a oficina muito bem! É difícil catalizar reflexões com professores desanimados e um tanto raivosos...
ResponderExcluirColega Marília,
Excluira frustração e outros sentimentos negativos impedem a consciência de realizar juízos de valor adequados. Quando se trabalha com educação não há como desconsiderar o contexto humano no qual se insere os seus agentes.
Um abraço,
Garin