MOVIMENTO E INSTITUIÇÃO
Participei recentemente de uma conferência
sobre a evolução que acontece na sociedade humana. Podem-se observar como
determinados movimento sociais de reivindicação e alguns até de agitação maior
evoluem para sua segmentação através de regulamentos e normativas.
Foto 1 |
Dependendo da sustentação ideológica, podem
se estender por anos afio. Entretanto, com o passar do tempo, ao se realizarem
as conquistas, muitas vezes deturpadas por seus respectivos líderes, o
movimento tende a se aplacar através de cerceamentos institucionais. Criam-se
normativas e regulamentações para definir quem está e quem não está a favor do
movimento, o que pode e o que não pode ser dito. Dessa forma, o ardor e a
paixão do movimento vão dando lugar às diretrizes e leis e cresce a instituição
que, por diversos estratagemas, tenta preservar a ‘pureza’ ideológica do
movimento.
A próxima etapa é a da divisão. Sempre existem
aqueles que não concordam com os novos rumos e se apartam criando um novo
movimento que tenta restaurar as antigas bandeiras ideológicas que, por terem
se alterado os contextos históricos, se mostram inadequadas. Nessa fase
aparecem nomes tais como “o autêntico...”, “o original...”, “o verdadeiro...”
etc. As tentativas de se retornar aos inícios são completamente infrutíferas,
pois o tempo já passou.
A instituição se fortalece, estratificam-se
as normas. As novas gerações que não participaram das lutas originais não
conseguem perceber o valor e o preço do que tudo aquilo custou às antigas
gerações que deram suas lágrimas e seu sangue, tendem a menosprezar novo status quo. Infelizmente, a maior parte
dessas instituições acaba cometendo deslizes muito semelhantes aqueles contra
os quais as antigas gerações ergueram suas bandeiras.
Ou a instituição se reformula completamente
ou nascem novos movimentos para deitar abaixo tudo aquilo e se erguer uma nova concepção.
Parece que essa é, simplificadamente, a trajetória de quase todas as
organizações sociais.
Com votos de uma boa semana!
Foto 1: disponível em http://veja.abril.com.br/assets/images/2011/7/42636/protesto-kuala-lumpur-20110709-size-598.jpg?1310226870. Acesso em 28 maio 2012.
Foto 1: disponível em http://veja.abril.com.br/assets/images/2011/7/42636/protesto-kuala-lumpur-20110709-size-598.jpg?1310226870. Acesso em 28 maio 2012.
Prof Garin, o senhor sintetizou,com tamanha lucidez, várias críticas e análises de quem circula e se decepciona com as bandeiras dos movimentos sociais Gostei demais!
ResponderExcluirCara Marília,
Excluirobrigado pelo teu comentário; também já me decepcionei com essas coisas, mas continuo lutando - sempre há uma esperança à frente!
Um abraço,
Garin
Muito estimado Garin,
ResponderExcluire não nos damos contas ~~ ingenuamente ~~ destes movimentos.
Com agradecimentos.
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluirinfelizmente as pessoas não conseguem se desvincular dos "movimentos" e com receito de perder seu espaço, institucionalizam-nos.
Um abraço,
Garin