domingo, 12 de junho de 2011

A RÉGUA

Sobre a mesa de trabalho sempre tenho uma régua. Entre outras utilidades, serve para fazer um risco em linha reta. Ela fica ali como um símbolo do trabalho que desejo realizar ‘corretamente’, sob o meu controle.
A palavra régua vem do latim ‘regùla’ da qual derivam termos como regra, regulamento, ritual, etc. O ser humano possui uma necessidade muito forte de estabelecer o seu ‘controle’ sobre a natureza, sobre as outras pessoas, sobre os acontecimentos.
Contudo, estamos celebrando hoje uma experiência que foge a qualquer controle. Estamos celebrando o Pentecostes. Ao contrário da régua, das regras, dos regulamentos, o Espírito é a manifestação de Deus. Ele não depende da ação das pessoas. Ninguém pode dizer onde o Espírito deve ou não atuar. Da mesma forma ninguém pode determinar se foi aqui e não ali que Ele se manifestou. A chegada do Espírito Santo é incontrolável. Só depende dele mesmo. Quando foi derramado sobre a Igreja Cristã de Jerusalém, ainda no primeiro século, causou bastante confusão justamente porque era um fenômeno sem controle (At 2.12).
Muitas vezes nos dedicamos exageradamente às regras e regulamentos. Precisamos cuidar para que nosso zelo pela organização não seja uma tentativa de regulamentar a ação do Espírito em nossa vida. Quando isto acontece, o Espírito desaparece e organização não leva a lugar nenhum. Estabelecer um equilíbrio entre a necessidade de organização e a liberdade do Espírito, é sempre um desafio para cada um(a) de nós, individualmente.
O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.  (Jo 3.8)

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    só me dei conta que hoje era Pentecostes, quando uma filha que mora na França disse que amanhã era feriado. Lembrei-me que Natal, Páscoa e Pentecostes, as três maiores celebrações da Igreja Cristã são feriados no segundo dia de sua celebração. É interessante: por Pentecostes não ter o apelo comercial das duas outras festas, é quase obliniada do calendários daqueles que estão menos próximos das celebrações eclesiais.
    Assim agradeço a tuas evocações da data. A imagem que ilustra teu texto, que usa iconização da Terceira pessoa da trindade ¿tem alguma fundamentação biblica? Quero dizer que cresci ouvido falar da ‘pombinha do divino’. Aliás festa do Divino e a bandeira do Divino eram (¿ou são?) marcas de Pentecostes. Em Porto Alegre temos uma igreja do divino que parece ser dedicada ao Espírito Santo.
    Tua foto me fez interrogante. ¿Linguas de fogo não seria mais biblico?
    Com estima, attico chassot
    http://mestrechassot.blogspot.com

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  2. Caro Chassot,

    pois é, tu destacas muito bem, o Pentecostes não tem um apelo comercial o que, por um lado é muito bom e por outro passa despercebido pela maioria das pessoas que não estão cotidianamento conetadas com a igreja.

    Com relação à pomba, ela é um símbolo histórico do Espírito Santo. Uma citação bíblica seria o de Mateus 3.16, "E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele."

    Um abraço,

    Garin

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