quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

SEM DINHEIRO
ANO 01 – Nº 299

Quando tomava o meu chimarrão ao cair da tarde de ontem, ouvi um diálogo que suponho comum nesta época pós-festas de final de ano. Um homem, acompanhando sua família conversava ao celular e, ao que parecia, respondia a um convite para alguma celebração. O que consegui ouvir, en passant, tem me preocupado seguidamente: “cara, to duro... to contando os trocados para pagar a pousada... não tem jeito não!”.

O que me preocupa não é a falta de dinheiro, mas a disposição que as pessoas encontram para fazer festas e passear quando não têm o suficiente para bancar suas próprias despesas cotidianas. É comum acompanharmos reportagens sobre pessoas endividadas e até orientações e cursos para que consigam sair da dificuldade financeira. Isso tudo é concebível dentro de um cenário cotidiano de gastos que envolvem despesas, muitas vezes, sem previsão. Isso é bem diferente de empreender festas e passeios sem a devida provisão.

É possível que estejas me julgando um moralista e talvez até seja. Entretanto, a racionalidade humana permite que as pessoas possam estabelecer uma relação de prioridades e a classificação entre o necessário e o prazeroso. Enquanto não se provê recursos para fazer frente ao necessário, o prazeroso necessita se estabelecer em patamares diferentes.

Ouvi, dias atrás, uma expressão que sintetiza um pouco dessa discrepância: o sujeito come sardinha do mercadinho da esquina e arrota bacalhau importado. Para que o prazeroso aconteça não é necessário que tenha dimensões espetaculares. É possível fazer uma festa com poucos recursos, mas com muita alegria. Da mesma forma, dá para passear sem a necessidade de realizar uma grande viagem.

Considerando a lógica financeira combinada com a realização humana, quando a pessoa extrapola seu orçamento para realizar festas e viagens onerosas, certamente amargará dissabores, no decorrer do ano, para fazer frente ao ônus dos arroubos. É melhor fazer um ‘churrasquinho’ no fundo do quintal e quitar a conta com o açougueiro do que contratar um clube para o réveillon e passar o resto do ano com restrições pagando juros altíssimos para não ter seu crédito sujo.

Talvez seja por causa dessa minha formação ‘puritana’ que não consigo aceitar que se realize o prazeroso antes de cumprir com as obrigações. Aliás, já fui criticado por isso várias vezes, mas não consigo me endireitar. Para mim, continua valendo a orientação de que a alegria, a felicidade, o prazer não dependem de quanto ganho, mas da maneira como administro o que ganho.

Antes de ficar sem dinheiro é recomendável refletir bastante sobre como se deve gastá-lo, não importa quanto seja!


DESTAQUE DO DIA

Periélio

Em astronomia, o periélio (ou perélio), que vem de peri (à volta, perto) e hélio (Sol), é o ponto da órbita de um corpo, seja ele planeta, planetoide, asteroide ou cometa, que está mais próximo do Sol. Quando um corpo se encontra no periélio, ele tem a maior velocidade de translação de toda a sua órbita. Quando o corpo em questão estiver orbitando qualquer outra estrela que não o Sol, utiliza-se o nome genérico periastro para identificar esse ponto. A distância entre a Terra e o Sol no periélio é de aproximadamente 147,1 milhões de quilômetros. Isto ocorre uma vez por ano, quatorze dias após o solstício de Dezembro, próximo do dia 4 de janeiro. Na imagem ao lado estão indicados, em vermelho os afélios e em verde os periélios, dos quatro planetas interiores (imagem da esquerda)[1]


[1] PERIÉLIO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Peri%C3%A9lio. Acesso em 3 jan 2012.

2 comentários:

  1. Muito dileto colega Garin,
    Em relação a controle do dinheiro coincidimos: dois exemplos meus: até o parcelamento de uma compra no cartão de credito quando não tem juros atrapalha-me; outro, a imensa dificuldade em pegar um taxi, quando o mesmo trajeto possa ser feito de ônibus ou lotação.
    com admiração
    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    tenho aversão á táxi: só o utilizo em último caso. Pessoalmente, tenho uma planilha de controle dos recebimentos/gastos e dos investimentos possíveis.

    Um abraço,

    Garin

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