sexta-feira, 2 de março de 2012

O retorno - ano 01 - nº 357

O RETORNO
ANO 01 – Nº 357

A quinta-feira foi um dia de retomada das atividades da pesquisa, no IPA. No início da tarde tive uma reunião com um colega para definir alguns procedimentos e depois passei na portaria onde apanhei a chave e subi para a nossa sala de pesquisa. A tarde foi curta para realizar todas as atividades planejadas, mas foi produtiva, considerando os resultados alcançados. No final, fiz alguns contatos, juntei meu material, peguei o carro no estacionamento e voltei para casa.

Havia andado umas dez quadras, no meio de um tráfego travado de final de tarde, quando levei à mão no bolso e encontrei a chave da sala de pesquisa. Ela deveria ser devolvida à portaria, pois é uma sala compartilhada com os outros colegas. Surgiu o drama: voltar e devolver a chave ou telefonar para o setor avisando do meu esquecimento?

Não se trata de arrependimento ou de reconhecer as próprias faltas, tema que já trouxe aqui mais de uma vez. A questão é o ‘retornar’ no meio de um trânsito ‘engarrafado’, considerando que a culpa disso foi uma distração momentânea no conjunto das muitas atividades. O ato de retornar me levou a refletir sobre a necessidade de refazer um caminho complicado entre tantos obstáculos.

Quando planejamos nossas atividades cotidianas dificilmente previmos os ‘prejuízos’ provocados sob nossa responsabilidade. Previamente não admitimos a possibilidade de equívocos. Em nossa mente, o fluxo do dia é linear e constante. Por isso não há lugar para falhas, até porque em nossa mente somos ‘perfeitos’. Os planejamentos não incluem um item sobre algo como ‘tempo para corrigir as próprias falhas!’. Retornar significa escutar mentalmente uma voz dizendo ‘burro, porque não presta mais atenção do que faz!’.

Além disso, o ato de retornar por razões assim, nos leva a buscar um ‘culpado’ para o nosso equívoco: ‘foi fulano que me atrapalhou com aquela gracinha sobre o time que está fora!’; ‘foi beltrano que insistiu em contar uma piadinha sem graça e cobrar um riso forçado!’ etc. Não adianta, o bode expiatório não irá aparecer, porque no caso, a culpa foi minha e o preço terá que ser descontado da minha ‘conta do tempo’ perdido.

Com votos de uma sexta-feira, sem esquecimentos!
DESTAQUE DO DIA

Morte de Wesley (221 anos)

John Wesley nasceu em Epworth, Inglaterra a 17 de junho de 1703 e morreu em Londres a 2 de março de 1791. Foi um clérigo anglicano e teólogo cristão britânico, líder precursor do movimento metodista e, ao lado de William Booth, um dos dois maiores avivacionistas da Grã-Bretanha.

John Wesley viveu na Inglaterra do século XVIII, uma sociedade conturbada pela Revolução Industrial, onde crescia muito o número de desempregados. A Inglaterra estava cheia de mendigos itinerantes, políticos corruptos, vícios e violência generalizada. O cristianismo, em todas as suas denominações, estava definhando. Ao invés de influenciar, o cristianismo estava sendo influenciado, de maneira alarmante, pela apatia religiosa e pela degeneração moral. Dentre aqueles que não se conformavam com esse estado paralisante da religião cristã, sobressaiu-se John Wesley. Primeiro, durante o tempo de estudante na Universidade de Oxford, depois como líder no meio do povo.

Como não havia muitas oportunidades na Igreja Anglicana, Wesley pregava aos operários em praças e salões - muito embora ele não gostasse de pregar fora da Igreja - E tornou-se conhecidíssima esta sua frase: "o mundo é a minha paróquia". Influenciados pelos moravianos, John e seu irmão Carlos organizaram pequenas sociedades e classes dentro da Igreja da Inglaterra, liderados por leigos, com os objetivos de compartilhar, estudar a Bíblia, orar e pregar. Logo o trabalho de sociedades e classes seria difundido em vários países, especialmente nos EUA e na Inglaterra e estaria presente em centenas de sociedades, com milhares de integrantes. Com tanto serviço, Wesley andava por toda a parte a cavalo, conquistando o apelido de 'O Cavaleiro de Deus'. Calcula-se que, em 50 anos, Wesley tenha percorrido 400 mil quilômetros e pregado 40 mil sermões, com uma média de 800 sermões por ano. John Wesley deixou um legado de 300 pregadores itinerantes e mil pregadores locais. A Igreja Metodista, como Igreja propriamente, organizou-se primeiro nos EUA e depois na Inglaterra (somente após a morte de Wesley no dia 2 de março de 1791).[1]


[1] JOHN WESLEY. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Wesley. Acesso em 2 mar 2012.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    mesmo envolvido no retorno para a entrega das chaves, adiro ao destaque do dia. Lembro então quando ouvi o nome de John Wesley a primeira vez. !958 quando cheguei a Porto Alegre para estudar. Na praça da Redenção (como parece que chamávamos o Parque Farroupilha) havia — não sei se ainda há — um monumento que tinha uma frase muito significativa, atribuída a Wesley: “O mundo é minha paróquia”. Tu, com tuas prédicas diárias, talvez acrescente: “... e o blogue é meu púlpito”.
    Uma boa segunda sexta-feira da quaresma

    attico chassot

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    1. Amigo Chassot,
      pois é, o blogue virou meu púlpito... quem diria! Na verdade, aquele monumento do Parque Farroupilha foi danificado pelos vândalos a cerca de uns oito anos: roubaram os bronzes. A pedra continua lá, mas vazia como um testemunho de uma cidade que ainda não aprendeu a respeitar seus monumentos.
      Um abraço,

      Garin

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