quarta-feira, 7 de março de 2012

Qual é a sua idade? - ano 01 - nº 362

QUAL É SUA IDADE?
ANO 01 – Nº 362

Na segunda-feira conversava com as alunas e alunos da disciplina de Enfoque Histórico e Sócio Antropológico do Envelhecimento, da Universidade de Adulto Maior, a UAM, do IPA, sobre a nossa idade. De repente, a turma colocou-me numa saia justa. Apontaram para uma aluna sentada bem à frente e disseram: “quê idade o professor dá para ela?”. A minha forma de escapar da enrascada foi responder que não poderia ‘dar’ idade nenhuma, pois se o fizesse, eu voltaria a ser jovem.

Nesse momento ela mesma contou que está com noventa e dois anos. Claro que precisei acrescentar que se tratava apenas da idade cronológica, porque se ela estava ali na UAM é porque sua idade não era apenas aquela. Foi então que ouvi dela a expressão, “a idade da gente é aquela que a gente imagina que tem!”.

Essa é, quem sabe, uma das questões mais polêmica do envelhecimento. A certidão de nascimento aponta uma idade, mas essa é apenas aquela que se pode contar em anos e meses. Para uns representa tudo o que possui e ancoram nesse dado a sua maior vitória. Outros escondem sua idade cronológica porque têm vergonha de estar tão avançados em idade. Há os adolescentes que fazem questão de dizer que falta apenas um ano e oito meses para tirarem ‘a carteira’, no caso, a de motorista. Enfim, a maneira como nos posicionamos diante da idade revela bastante da nossa personalidade.

Definir a idade nem sempre tem relação com a cronologia do nosso existir. É possível encontrar crianças com menos de dez anos, cuja maturidade impressiona. São capazes de lidar adequadamente com o contexto, têm noção de futuro e autonomia, são disciplinadas e administram sua afetividade com competência. De outro lado, há idosos que não conseguem se autoadministrar, são extremamente dependentes e afetivamente carentes.

A resposta da aluna foi bastante sábia, pois a determinação da nossa idade é uma questão mais subjetiva do que de dados concretos. Aos noventa e dois anos é uma moça lépida e faceira, não se acovarda diante dos desafios da contemporaneidade e se mete, alegre e feliz, na Universidade para construir novos conhecimentos.

Qual é a sua idade?

Com os votos de uma quarta-feira de conquistas humanas!

DESTAQUES DO DIA


Morte de Aristóteles (2334 anos)

Aristóteles (em grego antigo Ἀριστοτέλης) nasceu em Estagira em 384 a.C. e morreu em Atenas, em 322 a.C.. Foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. Juntamente com Platão e Sócrates, Aristóteles é visto como um dos fundadores, da filosofia ocidental. Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedônia, na época com 13 anos de idade, que fora o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em 335 a.C. Alexandre assumiu o trono e Aristóteles voltou para Atenas, onde fundou o Liceu em 335 a.C.. Seu ponto de vista sobre as ciências físicas influenciou profundamente o cenário intelectual medieval, e esteve presente até o Renascimento - embora eventualmente tenha vindo a ser substituído pela física newtoniana. Nas ciências biológicas, a precisão de algumas de suas observações foi confirmada apenas no século XIX. Suas obras contêm o primeiro estudo formal conhecido da lógica, que foi incorporado posteriormente à lógica formal. Na metafísica, o aristotelismo teve uma influência profunda no pensamento filosófico e teológico nas tradições judaico-islâmicas durante a Idade Média, e continua a influenciar a teologia cristã, especialmente a ortodoxa oriental, e a tradição escolástica da Igreja Católica. Seu estudo da ética, embora sempre tenha continuado a ser influente, conquistou um interesse renovado com o advento moderno da ética da virtude. Todos os aspectos da filosofia de Aristóteles continuam a ser objeto de um ativo estudo acadêmico nos dias de hoje. Embora tenha escrito diversos tratados e diálogos num estilo elegante (Cícero descreveu seu estilo literário como "um rio de ouro"), acredita-se que a maior parte de sua obra tenha sido perdida, e apenas um terço de seus trabalhos tenham sobrevivido.[1]




Morte de Tomás de Aquino (738 anos)

Tomás de Aquino OP nasceu em Roccasecca, Itália, a 1225 e morreu em Fossanova a 7 de março 1274. Foi um padre dominicano, filósofo, teólogo, distinto expoente da escolástica, proclamado santo e cognominado Doctor Communis ou Doctor Angelicus pela Igreja Católica. Seu maior mérito foi a síntese do cristianismo com a visão aristotélica do mundo, introduzindo o aristotelismo, sendo redescoberto na Idade Média, na Escolástica anterior, compaginou um e outro, de forma a obter uma sólida base filosófica para a teologia e retificando o materialismo de Aristóteles. Em suas duas summae, sistematizou o conhecimento teológico e filosófico de sua época: a Summa theologiae e a Summa contra gentiles. A partir dele, a Igreja tem uma Teologia fundada na revelação e uma Filosofia baseada no exercício da razão humana que se fundem numa síntese definitiva: fé e razão, unidas em sua orientação comum rumo a Deus. Sustentou que a filosofia não pode ser substituída pela teologia e que ambas não se opõem. Afirmou que não pode haver contradição entre fé e razão. Explica que toda a criação é boa, tudo o que existe é bom, por participar do ser de Deus, o mal é a ausência de uma perfeição devida e a essência do mal é a privação ou ausência do bem.[2]


[1] ARISTÓTELES. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles. Acesso em 7 mar 2012.
[2] TOMÁS DE AQUINO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino. Acesso em 7 mar 2012.

2 comentários:

  1. Meu estimado colega Garin,
    afora as saudades das aulas da UAM que catalisaste e dos aniversários de morte tão ilustre que evocas (sete de março era o dia da aula mana nas universidades, pois é dia de Santo Tomás de Aquino, permito-me trazer algo de minha aula da noite de ontem. Dizia, para encerrar uma discussão, 'valer ler o que creem os que não creem, diálogos entre Umberto Eco e Carlo Maria Martini'. Este livro nosso professor de ética recomendou.
    Claro que identifiquei o Professor.
    Vê que não só temos os mesmos alunos, mas estamos afinados em posturas relacionadas com as discussões de Ciência e Religião.
    Uma boa quarta-feira abençoada pelo aquinate
    attico chassot

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  2. Amigo Chassot,
    ainda aguardo o teu pronunciamento sobre disponibilidades para nos acompanhar nas parcerias da UAM, não vais esquecer!
    Pois é, temos mais em comum do que imaginamos.

    Um forte abraço,

    Garin

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