O CAFÉ
Quando se falava em café, durante a minha infância,
isso significava uma caneca cheia de leite com um pouco de café, aquele para
dar uma corzinha escura. Sabia que existia café preto porque olhava a mamãe passando
num coador comprido, de pano, amarronzado pelo uso.
Havia três momentos especiais, um ainda de
madrugada, antes das lides galponeiras[1]. Depois a gente tomava outro café por
volta das dez horas, quando o corpo pedia uma paradinha nas tarefas da lavoura.
O terceiro café era ao redor de quinze horas, depois da sesta. De qualquer
maneira, a hora do café sempre era aguardada com muita expectativa, pois além do
próprio, vinha acompanhado com pão de milho coberto com um ‘colchão’ de chimia[2] de abóbora ou de marmelo.
Amanhã vai acontecer um gostoso café,
daquele de depois da sesta. Quem sabe, não será café com leite, mas terá um
sabor especial porque será um debate em torno da Filosofia e da Ciência
proposto por um dos Mestres mais competentes nessa área, o Prof. Dr. Attico Chassot[3]. Estou falando do “Café Filosófico” que acontece amanhã, dia 30/6, na Livraria Nova
Roma, Rua Gen. Câmara, 394 (Rua da Ladeira), em Porto Alegre, às 15h. O tema,
sem dúvida, é um dos mais contemporâneos que existe: “Que é Ciência, afinal?”.
É bom chegar cedo porque o local costuma
lotar. A entrada é cara porque nesses tempos de voracidade de consumo, refletir
é um bem raro e doloroso para mentes acostumadas a seguir o rumo das
propagandas: custa apenas a vontade de debater e dialogar, aquela que não se
conforma aos ‘conhecimentos encaixotados’ que nos vendem em cada esquina das
redes sociais.
Votos de uma muito boa sexta-feira!
DESTAQUE DO DIA
Nascimento
de Saint-Exupéry (112 anos)
Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe
de Saint-Exupéry nasceu em Lyon a 29 de junho de 1900 e desapareceu no Mar
Mediterrâneo a 31 de julho de 1944. Foi um escritor, ilustrador e piloto,
terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe.
As suas obras são caracterizadas por alguns
elementos como a aviação e a guerra. Também escreveu artigos para várias
revistas e jornais da França e outros países, sobre muitos assuntos, como a
guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França.
Destaca-se Le Petit Prince (O Pequeno Príncipe, no Brasil ou O Principezinho,
em Portugal) de 1943, livro de grande sucesso de Saint-Exupéry.
Le Petit
Prince pode parecer simples,
porém apresenta personagens plenos de simbolismos: o rei, o contador, o
geógrafo, a raposa, a rosa, o adulto solitário e a serpente, entre outros. O
personagem principal vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha
três vulcões, dois ativos e um extinto. Tinha também uma flor, uma formosa flor
de grande beleza e igual orgulho. Foi o orgulho da rosa que arruinou a
tranquilidade do mundo do pequeno príncipe e o levou a começar uma viagem que o
trouxe finalmente à Terra, onde encontrou diversos personagens a partir dos
quais conseguiu repensar o que é realmente importante na vida.
O romance mostra uma profunda mudança de
valores, e sugere ao leitor quão equivocados podem ser os nossos julgamentos, e
como eles podem nos levar à solidão. O livro nos leva à reflexão sobre a
maneira de nos tornarmos adultos, entregues às preocupações diárias, e esquecidos
da criança que fomos e somos.[4]
[1]
Atividades realizadas nos galpões onde se ficavam as vacas, que envolvia além
da ordenha, liberar os animais, retirar o esterco, colocar mais trato para as vacas que voltariam
só depois do pôr-do-sol.
[2]
Doce, diferente da geleia; é um termo que deriva do alemao schimier, nesse
idioma representado por um subproduto do leite.
[4]
ANTOINE DE SAINT-EXUPERÝ. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Antoine_de_Saint-Exup%C3%A9ry.
Acesso em 29 jun 2012.
Meu caro Garin, acabo de chegar a Frederico Westphalen numa viagem de quase 3 horas pelo noroeste missioneiro do Rio Grande do Sul. Já há orientanda na portaria do Hotel. Não consegui acessar teu blogue em Santo Ângelo, por falta de internet.
ResponderExcluirFi-lo aqui. Que grato presente. Obrigado por tão dadivosa promoção.
Por ‘falta tempo’ não comento Saint Exupéry.
Uma vez mais obrigado
attico chassot
Amigo Attico,
Excluiracho que não aguentaria metade das tuas viagens e do teu volume de trabalho. Bom retorno!
Um abraço,
Garin