TOCAR A NÓS MESMOS
Este feriado prolongado foi muito especial.
Recebi a visita da minha filha Moiara que veio de longe para me visitar. Normalmente
ela me visita em julho, mas como irá ao exterior participar de um curso,
antecipou sua vinda. Os nossos filhos sempre estão no coração. Conseguimos nos
comunicar com eles pelos diversos meios virtuais modernos: Facebook, SMS,
Skype, telefone, celular etc., mas nada substitui a presença física, o contato tátil,
o único possível de demonstrar carinho em sua expressão plena.
Foi muito gratificante poder conversar
pessoalmente com ela, falar de nossas histórias, celebrar refeições juntos e
contar nossos próximos sonhos e projetos. O entrelaçar de vidas se reconstrói outra
vez a cada encontro pessoal porque somente assim todos os detalhes se
apresentam plenamente, como gestos, entonações, sorrisos, abraços, enfim, o
conjunto do encontro físico.
Este reencontro, depois de seis meses de
distância, me oportunizou refletir sobre o sentido de nos pertencer. A gente
pode ficar triste com alguma coisa errada que acontece com um grande amigo. Algumas
vezes a gente fica impactado de tal forma, que é capaz de mobilizar uma
população inteira para defender alguém muito próximo. Entretanto, quando se
trata de um filho, tudo o que poderíamos imaginar que lhe aconteça de ruim é
capaz de ferir profundamente a nossa carne. Dói mais em nós qualquer coisa que
possa atingir quem a nós pertence por laços genéticos e afetivos.
Cada filho tem sua história e sua
trajetória. Eles existem para si mesmos. Mas tudo o que constroem e em tudo o
que sofrem nos sentimos parte como se acontecesse conosco mesmo. O reencontro
nos permite reavivar esses sentimentos, pelo tocar outra vez o ser de quem
somos responsáveis por seu existir. O estranho é que tocamos um outro, mas
sentimos que tocamos a nos mesmos. Obrigado minha filha pela visita, pelas
histórias e pelo compartilhar de sonhos, projetos e expectativas.
Com votos de uma ótima semana!
Meu caro Pastor do Cotidiano, no relato de hoje se ratifica o quanto o 'quarto mandamento' não precisa da recíproca:
ResponderExcluir'Pais, honrai vossos filhos!"
Parece algo natural, que prescinde estar na Lei.
Uma boas emana da Rio+20,
achassot
Amigo Chassot,
Excluiràs vezes a gente precisa externar o que sente e falar disso publicamente ajuda a gente a se revigorar.
Um abraço,
Garin