PARENTES
Estava chegando em casa e logo fui cumprimentado por uma pessoa
da minha rua, um vizinho que mora umas quatro ou cinco casa/edifícios depois do
meu. Ele estava tomando chimarrão, sentado em um banquinho em frente à sua residência.
Confesso que não sei o seu nome nem o que ele faz, mas sempre que me encontra,
me cumprimenta com entusiasmo e pergunta como estou. Um dia desses parei diante
da sua casa e ficamos conversando por algum tempo sobre os acontecimentos que
nos envolvem em nossa rua.
Muitas vezes fico me questionando sobre a função dos vizinhos em
nossas vidas atribuladas e corridas do dia a dia. Quase nunca lhes dedicamos
qualquer atenção porque nunca temos tempo. Nossas interlocuções se referem a
acontecimentos públicos, como clima, desastres, política, futebol etc. Poucas
vezes abrimos nossa vida para alguém que não partilha a intimidade da casa, ou
do trabalho. Entretanto, são justamente os vizinhos que nos acodem nos momentos
mais críticos. Quando algo urgente e grave acontece em nossa casa, são os
vizinhos que acionamos em primeiro lugar.
Essa questão da proximidade de vida não é nova. Certa vez Jesus estava
fazendo a pregação em sua cidade e sofria uma forte oposição. Quando os
parentes se aproximaram foi para prendê-lo. Como ele havia saído do padrão de
comportamento, os familiares dele queriam retirá-lo do convívio social com o
argumento de que ele estava fora de si. A multidão que o ouvia anunciou-lhe que
seus parentes estavam ali e queriam lhe falar. Nesse contexto, Jesus afirmou que
os seus verdadeiros parentes eram aqueles que estavam com ele, que se
aproximavam da sua causa, que se juntavam a ele em suas preocupações. Na verdade,
os parentes que estavam lhe procurando estavam preocupados com nome da família que
começava a se enxovalhar com a má fama de sua pregação. Aqueles que lhe seguiam
se preocupavam com a sua vida e com a mensagem que ele pregava.
Isso nos leva a refletir sobre o papel social que as pessoas que
convivem nas proximidades de nossas vidas desempenham em nosso existir. Na
medida em que se preocupam, de fato, conosco e nos acompanham cotidianamente,
ocupam um espaço determinante para o bem estar de nossas vidas. Podemos dizer
que nosso humano existir depende muito dos nossos vizinhos, dos nossos colegas
e bem menos daqueles que, por laços de sangue, são nossos parentes.
E quando os parentes de Jesus ouviram isto,
saíram para o prender, porque diziam:
Está fora de si. (Mc 3.21)
Com votos de um bom domingo de convivência com os vizinhos!
DESTAQUE DO
DIA
Morte de
Camões (432 anos)
Luís Vaz de Camões (Lisboa[?], c. 1524 — Lisboa, 10 de junho de 1580) foi
um célebre poeta de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura
em língua portuguesa e um dos grandes poetas do Ocidente.
Camões viveu na fase final do Renascimento europeu, um período marcado por
muitas mudanças na cultura e sociedade, que assinalam o final da Idade Média e
o início da Idade Moderna e a transição do feudalismo para o capitalismo.
Chamou-se "renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização
das referências culturais da Antiguidade Clássica, que nortearam as mudanças
deste período em direção a um ideal humanista e naturalista que afirmava a
dignidade do homem, colocando-o no centro do universo, tornando-o o
investigador por excelência da natureza, e privilegiando a razão e a ciência
como árbitros da vida manifesta.
Os Lusíadas é considerada a epopeia portuguesa por excelência. O próprio
título já sugere as suas intenções nacionalistas, sendo derivado da antiga
denominação romana de Portugal, Lusitânia. É um dos mais importantes épicos da
época moderna devido à sua grandeza e universalidade. A epopeia narra a
história de Vasco da Gama e dos heróis portugueses que navegaram em torno do
Cabo da Boa Esperança e abriram uma nova rota para a Índia. É uma epopeia
humanista, mesmo nas suas contradições, na associação da mitologia pagã à visão
cristã, nos sentimentos opostos sobre a guerra e o império, no gosto do repouso
e no desejo de aventura, na apreciação do prazer sensual e nas exigências de
uma vida ética, na percepção da grandeza e no pressentimento do declínio, no
heroísmo pago com o sofrimento e luta.[1]
[1]
LUIZ DE CAMÕES. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Vaz_de_Cam%C3%B5es.
Acesso em 10 jun 2012.
Muito estimado colega Garin, êh algo impressionante o quanto os tempos pôs-modernos mudaram as relações de vizinhaca: moramos mais perto e ao mesmo tempo mais longe!
ResponderExcluirCom votos de um saldo de domingo,
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluiràs vezes, as relações sanguíneas atrapalham mais que ajudam. As relações de proximidades podem ser mais fieis.
Um abraço,
Garin