REMEXENDO ARQUIVOS
Há dois anos tenho comigo algumas pastas contendo documentos relativos à história de um festival de música do qual participei como apresentador, na década de 1980. Esta semana os proprietários solicitaram a devolução das mesmas para que reintegrasse o arquivo histórico da Igreja promotora do festival.
O material tinha sido solicitado por mim para produzir uma conferência sobre aquele evento como parte do trabalho do Grupo de Pesquisa de História do Metodismo no Rio Grande do Sul. Depois da pesquisa que fiz no material, deixei-o sobre uma prateleira da estante. Agora, com a preocupação de devolvê-lo, tornei a visitá-lo antes de me despedir daquelas folhas amareladas.
Decidi ficar com uma cópia e, para tanto, fotografei página por página e guardei-as em meu computador. Essa não foi uma tarefa tão fácil assim. Cada nova página que abria, surpreendia-me com os registros ali guardados. Numa era a fotografia de um grupo de jovens se apresentando no palco do Instituto Metodista União de Uruguaiana, outra trazia uma descrição sobre programa do festival, tinha uma cópia do regulamento, o original de um contrato firmado entre os organizadores e uma empresa prestadora de serviços, mais adiante encontrei cartas manuscritas (naquele tempo se escrevia à caneta) enviadas pelo Correio (com envelope selado), mais adiante estavam cartazes de divulgação, relatórios financeiros e assim por diante.
A dificuldade não foi cobrir todo o material através das fotografias, mas revisitar aquelas imagens repletas de histórias de vidas e perceber como a trajetória dos participantes no decorrer desses vinte e sete anos que separam o Festival da Música Sacra do Rio Grande do Sul dos nossos dias. Reler a letra das músicas focadas no engajamento social e na redemocratização do Brasil provocou um sentimento de viver outra vez o entusiasmo dos jovens daquela época. Olhar as fotografias do Festival me fez voltar ao Salão Nobre repleto de pessoas que acompanhavam cada uma das edições do FEMUSA.
Fica registrada aqui a homenagem ao Prof. Saul Rosa de Lima de saudosa memória, que diligentemente se preocupou em organizar cada uma dessas peças que compõem as pastas históricas do evento. Talvez tivesse reunido esse material apenas por um capricho de relatório, mas hoje, é fonte primária para a pesquisa sobre a história da música cantada na liturgia da Igreja. Como o perfil do festival era ecumênico, muitas daquelas músicas compostas ali se espalharam por diferentes tradições religiosas.
Vou devolver as pastas, mas fiquei com uma cópia e muito mais, com o sentimento de ter estado novamente pelas entranhas do Festival que ajudei a organizar e vivenciei passo a passo. Recordações e saudades embalam esses momentos de reviver o vivido!
Um ótimo sábado!
Muito estimado colega Garin,
ResponderExcluirque boas alternativas ~~ econômicas em várias dimensões ~~ poder arquivar este material sob forma digital.
Na expectativa de estarmos juntos dentro de pouco no CUM-IPA, pós noite Frederico Westphalem/Porto Alegre,
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluircom o advento da foto digital, a tarefa de registrar os documentos ficou mais fácil e mais rápido - no Scanner é muito moroso.
Um abraço,
Garin
ADOREI, FEMUSA ! Porque eu estive lá pelo menos umas 4 vezes, como espectador e apreciava " a bela pose" do casal apresentador na fase do Colégio UNIÃO, depois foi para Sta.Maria e finalizou no IMEC. Mais tarde "continuou" como MUSIARTE. Tenho alguma fitas K7 e livretos das letras.Certa ocasião emprestei para o Maestro Vilson Gavaldão, fazer um Projeto. Não soube dos resultados. EU GOSTARIA DE PODER RESGATAR e CRIAR UM CANCIONEIRO dessas músicas para a Liturgia de Culto.Tem muita coisa boa. Me avisa quando fizeres a CONFERÊNCIA ! Faz parte indelevel da minha vida e memória: o Melhor era nas noites após a apresentação, o grupo reunido, no pátio até 2 hs da madruga, tocando e cantando inclusive MPB,"clima de Diretas Já !" temperatura de 3ºC e o sereno caindo.Atravessar a Ponte até Libres comprar "as muambas"(câmbio do Peso favorável).Num retorno a POA, quase chegando, nosso ônibus virou.Ninguém se feriu grave.Um jóvem procurou "salvar" a viola de 12 cordas antes de salvar a namorada rss.."Felicidade foi simbora e a SAUDADE ainda mora..."
ResponderExcluirMUITO OBRIGADO por me fazer lembrar. Forte abraço do paulo Braga Garcia
Caro Paulo,
Excluiro FEMUSA foi tema do III Colóquio de Pesquisa de História do Metodismo no RGS, que aconteceu no IPA em 2010. Esteve presente o Bento que era um dos organizadores. Também tenho muita saudade daquele tempo.
Um abraço,
Garin
Pastor Garin, participei daqueles festivais tocando com o grupo da igreja da Gloria de Porto Alegre. Estou entrando em contato com o prof Jorge Rios que participava das gravações. Ainda nos encontramos e tocamos algumas músicas, mas outras se perderam na memória e estamos procurando as fitas originais gravadas na época para recuperar. Poderias me mandar alguma informação sobre o paradeiro ou quem poderia me informar? Pretendemos revisá-las e quem sabe, iniciar apresentações nas igrejas do estado. Para nos o FEMUSA continua vivo, não só porque ainda o tocamos e cantamos, mas pelas amizades verdadeiras que permanecem 30 anos depois. Vou tentar contato com Paulo Braga Garcia, também. Obrigado. hamiltonbichinho@gmail.com
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