sábado, 16 de julho de 2011

AS ÁGUAS



Esta semana estive em Brasília. Acontecia o 19º Concílio da Igreja Metodista, conclave que reúne representações de todas as regiões, congregando delegados(as) de todas as partes do país, no qual se tomam as decisões eclesiásticas para os próximos cinco anos. Aproveitei o evento para visitar a capital, cidade que apenas conhecia em viagens de trabalho. Dessa feita, pude visitar os principais lugares dessa obra de arte construída a partir de um planejamento cuidadoso e pelo idealismo de pessoas que sonharam em erguer uma metrópole no coração do Brasil.
Tive gratas surpresas! Entre tantas, a experiência de conviver com a pouca umidade do ar, algo diferente para quem está acostumado a respirar uma nuvem de 90% de umidade a cada inspirada. É claro, os campos estão péssimos com ausência de chuvas por mais de sessenta dias. Não dá para dizer que é ruim, é diferente.
Entretanto, no meio dessa “secura” do ar, encontrei o Chafariz da Torre de TV (foto). Um verdadeiro espetáculo de água que jorra a uma altura imensa aliviando a paisagem enxuta dos terrenos descampados entre as avenidas.
O Chafariz me fez lembrar os tempos vividos na roça quando o sol estava a pino e a capina acontecia a mais de 40°C. A hora do recreio era esperada com muita ansiedade e secura da garganta. Em correria ladeira a baixo, mergulhávamos o rosto na fonte natural, de onde corria o precioso e translucido líquido, que nos saciava. Para quem vive um momento de sede aguda, não há sonho mais acalentado do que a imagem de uma fonte natural a derramar abundante e fresca água.
Retornando da memória, lembro que diante de nós sempre está um desafio: ser uma fonte para os sedentos. Que seja uma fonte de humanidade para quem está imerso na secura das competições de mercado. Que se possa derramar algum conhecimento para quem sonha com o alívio da ignorância. Quem sabe, uma fonte de solidariedade para quem habita o deserto das friezas formais, ou da dor lancinante de uma perda. Ou quem sabe que sejamos uma fonte límpida no meio de um deserto de corrupções e de engodos interesseiros.
Pois é... ser uma fonte... hoje mesmo...!

DESTAQUE DO DIA
Derrota da Seleção Brasileira para o Uruguai (61 anos)
“O Brasil sediou a Copa do Mundo de 1950, que foi o primeiro torneio a acontecer depois da II Guerra Mundial, a única no Brasil. O torneio de 1950 foi único por não ter uma partida final, mas um quadrangular final; contudo, para todos os fins o jogo decisivo entre Brasil e Uruguai serviu como "final" do torneio. A partida foi jogada no estádio do Maracanã no Rio de Janeiro (então capital do país), assistida por algo em torno de 200.000 pessoas. O Brasil apenas precisava de um empate para ser campeão, mas acabou perdendo por 2 a 1 de virada; essa partida desde então ficou conhecida na América do Sul como o Maracanazo.”
[Seleção Brasileira de Futebol. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Sele%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_futebol. Acesso em 15 jul 2011]
Ilustração disponível em http://www.vamosaopaulo.net/?p=1023. Acesso em: 15 jul 2011.

4 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    ver Brasília com olhos de turista e não como local onde estamos na corrida em meio a agendas corridas e chatas faz diferença.
    Obrigado por tuas mostradas generosas.
    Com estima e admiração

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    é muito bom a gente poder fazer essas pausas no meio da faina contada por semestres. Dar uma parada para contemplar outras paragens faz bem aos olhos e ao coração.

    Um abraço,

    Garin

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  3. Adão Rogério da Silva Cabral17 de julho de 2011 às 12:01

    Meus caros professores, Garin e Chassot, a secura da formalidade imposta no dia a dia constroem desertos de sentimentos, procuramos com alegria do bem viver criar um pequeno chafariz por meio de sorrisos e afagos, as boas lembranças também nos elevam o humor e assim saciamos um pouco da sede que sentimos no dia a dia através de reflexões. Forte abraço.

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  4. Caro Adão,

    é verdade, temos essa possibilidade e devemos procurar a construção desses chavarizes, mas que eles sejam naturais e profundos, que nasçam do fundo de nosso ser-em-si.

    Um abraço,

    Garin

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