segunda-feira, 8 de agosto de 2011

EMPURRANDO
ANO 01 – Nº 150
Sábado passado tinha uma festa para participar. Era o aniversário de um amigo que foi comemorado num restaurante, um pouco longe da minha casa. Minha esposa e eu nos arrumamos, apanhamos o presente e tomamos o carro. Precisava seguir por uma das mais movimentadas avenidas da cidade. Como é meu hábito, acelerei o veículo até atingir uma velocidade de cruzeiro compatível com a segurança e, como o tráfego estava razoável, me mantive assim. Pelo retrovisor percebi que um veículo vinha forçando a ultrapassagem[1]. Quase grudado ao cano de escapamento dava umas aceleradas fortes como se quisesse empurrar o meu carro. Quando o movimento permitiu, ele ultrapassou e se foi numa disparada perigosa. Menos de um minuto depois, o encontrei parado quando o semáforo fechou.
A ânsia de alcançar os objetivos, perseguir as metas impostas pelas estratégias de produção é capaz de desenvolver cenas jocosas de quem perdeu a noção das possibilidades. Acelerar fortemente o carro numa avenida não aumenta a velocidade de cruzeiro por causa dos outros carros, dos semáforos, dos pedestres etc. Acredito que aquele motorista sabia de tudo isso, mas a pressão dos prazos o fazia parecer irracional, acrítico, antiético.
Essa sociedade de consumo, altamente competitiva, por vezes nos faz perder a racionalidade.  A ansiedade torna-se combustível para a irresponsabilidade. A pressa alimenta insegurança. A disputa por espaços movimenta o desrespeito e coloca em risco a civilidade. Com facilidade retornamos à era em que os humanos habitavam cavernas e enxergavam seus semelhantes como ameaças. A cada instante precisavam superar os outros para impor sua prevalência, matar sua caça, conquistar sua parceira(o).
Fiquei me questionando: teremos retornado na história sem nos dar conta de que a contemporaneidade não passa de uma nova versão de antigas práticas selvagens?

DESTAQUE DO DIA
Criação da Cruz Vermelha[2] (148 anos).
A organização foi fundada por iniciativa de Jean Henri Dunant, em 1863, sob o nome de Comitê Internacional para ajuda aos militares feridos, designação alterada, a partir de 1876, para Comitê Internacional da Cruz Vermelha[3].
A assistência aos prisioneiros de guerra teve grande avanço a partir de 1864, quando foi realizada a Convenção de Genebra, para a melhoria das condições de amparo aos feridos, e em 1899, quando foi realizada a Convenção de Haia, que disciplinava as "normas" de guerra terrestre e marítima.
Atualmente, o CICV não tem se limitado apenas à proteção de prisioneiros militares, mas também a detidos civis em situações de guerra ou em nações que violem os Estatutos dos Direitos Humanos. Preocupa-se ainda com a melhoria das condições de detenção, a garantia do suprimento e distribuição de alimentos para as vítimas civis de conflitos, a prover assistência médica e a melhorar as condições de saneamento especialmente em acampamentos de refugiados ou detidos.
Também tem atuado em assistência a vítimas de desastres naturais, como enchentes, terremotos, furacões, especialmente em nações com carência de recursos próprios para assistência às vítimas.




[1] Ilustração disponível em http://www.orevolucionario.org/opiniao.php?ID=2162 acesso em 8 ago 2011.
[2] Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruz_Vermelha_Internacional acesso em 7 ago 2011.
[3] Ilustrações disponíveis em http://manmessias21.blogspot.com/2010/08/dia-22-de-agosto-na-historia.html;   http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u107548.shtml. acesso em 7 ago 2011.


4 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    obrigado por estares sempre atendo às cotidianidades e com elas nos trazeres lições.
    Uma muito boa segunda-feira que se faz chuvosa,
    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    é sempre triste perceber como as incompreensões se fazem presente no cotidiano. Hoje também estou chocado com a bolgada que trazes sobre a fome na Somália. A história se repete e a impotência do ser humano também: falta de vontade política.

    Um abraço,

    Garin

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  3. Todos estes que ai estão, apressando no caminho... eles passarão... eu passarinho!
    Abraço tio
    Matheus Canfield

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  4. Oi Mateus,

    pois é, dá muito bem para a gente lembrar do velho Quintana. Vai dia, vem dia e o pessoal não aprende, não tem jeito.

    Um abraço,

    Garin

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