quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O DILEMA DA CONSCIÊNCIA MORAL
ANO 01 – Nº 166
Conversava com os alunos dos cursos de Licenciatura em Pedagogia, Educação Física e Filosofia do Centro Universitário Metodista, do IPA, sobre o dilema que a consciência moral representa para o ser humano. Mencionei o exemplo de uma mulher que presencia uma criança faminta roubar frutas e pães da mercearia[1] de um pequeno empresário quase falido. O dilema é representado pela decisão que a mulher precisa tomar. São duas alternativas apresentadas: denunciar a criança e correr o risco de vê-la punida impiedosamente e retornar às ruas como autora de latrocínios futuramente ou fazer que não viu, por causa da situação de penúria da criança.
As reações dos acadêmicos são diversas, mas entre elas está a mais carregada de benevolência por causa da situação de fragilidade da criança. Alguém disse: “eu pagaria ao dono da mercearia o prejuízo e conversaria com a criança para que não retornasse à infração.” Essa alternativa poderia representar, na mente da criança, um acobertamento do seu erro. A sua atitude, roubando aqueles alimentos, se constituiu num sinal de deficiências na sua formação dos valores morais. Certamente, uma simples conversa não repararia essa lacuna e, na próxima situação de necessidade ela voltaria a cometer o mesmo ato outra vez, possivelmente.
Imperfeições na formação moral carecem de ações mais estruturadas do que apenas um diálogo de passagem. Necessita de um reparo no processo educativo que repare as deficiências. Essa ação, normalmente é assumida pelo estado através de suas instituições de reeducação. Entretanto, duas coisas não podem acontecer: acobertar o roubo com a indenização do comerciante ou punir a criança e abandoná-la à própria falta de sorte.
Trata-se apenas de um caso clássico da literatura sobre ética, mas nos remete à reflexão. Nosso primeiro impulso é movido pelo coração. Entretanto, junto com ele, precisamos colocar em funcionamento nossa razão crítica a fundamentar nossas indispensáveis ações.
Uma boa quarta-feira!


DESTAQUE DO DIA

Massacre dos huguenotes (439 anos)

O massacre da noite de São Bartolomeu[2] foi um episódio sangrento na repressão aos protestantes na França pelos reis franceses, que eram católicos. Aconteceu em 24 de agosto de 1572, em Paris, no dia de São Bartolomeu. As matanças, organizadas pela Casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 30 mil e 100 mil protestantes franceses (chamados huguenotes).


[1] Ilustração disponível em http://www.oje.pt/noticias/negocios/optimismo-nas-mercearias-do-porto-desanimo-nas-lojas-de-roupa-perfumes-e-brinquedos. Acesso em 23 ago 2011.
[2] Massacre da noite de São Bartolomeu (texto e ilustração). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_da_noite_de_S%C3%A3o_Bartolomeu. Acesso em 23 ago 2011.

4 comentários:

  1. Muito caro colega Garin,
    deixo de lado os ‘dilemas de consciência moral’ para celebrar que um e outro em nossos blogues referimos – eu sem os detalhes que tu trazes – um 24 de agosto marcado por uma das situações mais dolorosas dos humanos; a intolerância religiosa.
    Até breve na aula de Ética do curso de Música.
    attico chassot

    ResponderExcluir
  2. Caro Chassot,
    não há como nos distanciarmos dos dilemas éticos. Eles povoam nosso cotidiano e sua compreensão precisam ser estimulados nesses tempos de agora.

    Até breve.

    Garin

    ResponderExcluir
  3. Oi, pai!
    Já te falei do trabalho de um autor chamado Kholberg? Uma das coisas que ele acredita é a aplicação de dilemas morais, para serem discutidos na escola e em outros lugares, isto para ajudar na formação moral. É bem legal!
    Beijos
    Moi.

    ResponderExcluir
  4. Oi Filha,

    obrigado pela dica. Vou procurar.

    Um beijo,

    Pai

    ResponderExcluir