terça-feira, 15 de novembro de 2011

CONTROLE REMOTO

ANO 01 – Nº 249

Quem de nós admite ligar um aparelho de TV sem controle remoto? Os tempos são outros e se perguntarmos a uma criança de dez anos é bem possível que não conheça um aparelho desses que não tenha o seu respectivo ‘controle remoto’. A maioria das pessoas atualmente não consegue ligar uma TV sem o ‘controle’, até porque não sabe onde encontrar os acessos diretamente no aparelho.

Pois é, esse pequeno aparelhinho, que se multiplica nas casas contemporâneas, fez-me refletir sobre outro controle, que também tem a dimensão de ser remoto, isto é, à distância. Sobre o controle que exercemos sobre os outros e os outros sobre nós.

Quase despercebidamente, fazemos diferentes tipos de ‘chantagens’ sobre as pessoas que nos cercam, especialmente aquelas que nos são mais próximas. Pais, filhos, esposos/namorados, amigos, colegas etc. são alvo de barganhas, declaradas ou sutis, para que não nos abandonem. Assim como o ‘outro’ nos ameaça pela simples existência competitiva, não suportamos o abandono de quem nos é íntimo/próximo. Acertos, combinações, e-mail, telefonemas, presentes, promessas, cobranças e por aí afora, são quesitos que fazem parte de nossa trama sócio-emocional para segurar junto a nós, aquelas pessoas com as quais convivemos.

Temos uma necessidade imperiosa de exercer certo ‘controle remoto’ sobre quem cativamos ou quem nos cativa. Entendo que não há nada de anormal nisso. Anormal é quando esse controle passa a um nível de exigência tal, que se o ‘outro’ não responder positivamente à nossa ‘chantagem’ passamos a sofrer ou a provocar sofrimentos. A partir desse nível pode haver até riscos sérios provocados por uma enfermidade a qual chamamos de psicopatia.

O horrível é nos sentirmos sem o poder de ‘controlar’ remotamente alguém, pois isso nos causa uma sensação de isolamento e solidão. Será que já nos damos conta de quem nos ‘controla’? E a quem ‘controlamos’?


DESTAQUE DO DIA

Proclamação da República (122 anos)

Proclamação da República, 1893,
óleo sobre tela de Benedito Calixto (1853-1927).
Acervo da Pinacoteca Municipal de São Paulo. 

O 15 de novembro marca, para os brasileiros, a data da “Proclamação da República”, inspirada em atos soberanos de outros povos. Efetivamente, não se trata de um ato pontual, mas da culminância de diversos movimentos político-revolucionários.
A Proclamação da República Brasileira foi um levante político-militar ocorrido em 15 de novembro de 1889 que instaurou a forma republicana federativa presidencialista de governo no Brasil, derrubando a monarquia constitucional parlamentarista do Império do Brasil e, por conseguinte, pondo fim à soberania do imperador Pedro II. Foi, então, proclamada a República dos Estados Unidos do Brasil. A proclamação ocorreu na Praça da Aclamação (atual Praça da República), na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, quando um grupo de militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, destituiu o imperador e assumiu o poder no país.”. [1]


[1] PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA DO BRASIL. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Proclama%C3%A7%C3%A3o_da_Rep%C3%BAblica_do_Brasil. Acesso em 14 nov 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    quando comecei a ler teu texto pensei que teria outra discussão. Permito sugeri-la. Numa parceria conjugal quem é o ‘macho alfa’ no comando do ‘real’ do controle remoto. Isto daria uma tese de doutorado.
    Com curiosidade e um republicano feriado apetitoso,

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    certamente, seria um tema para uma bela tese. Muitas vezes, hipóteses despretensiosas podem render quilômetros de discussão.

    Um abraço,

    Garin

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