sábado, 24 de março de 2012

Ambiguidade ética - ano 01 - nº 379

AMBIGUIDADE ÉTICA
ANO 01 – Nº 379

Tenho acompanhado diversas matérias jornalísticas veiculadas pela Rede Globo sobre desmandos de recursos públicos que acabam indo parar nas mãos de indivíduos inescrupulosos. Fruto de jornalismo investigativo, as matérias têm se multiplicado nos últimos tempos, transformando-se quase num ‘denuncismo’ cotidiano.

Pode se questionar a maneira como se têm chegado a essas redes de criminosos que infestam a sociedade contemporânea. Entretanto, mesmo que tais notícias tenham como finalidade aumentar a audiência da programação, ameaçada por concorrentes de peso, não há como desmerecer o serviço que prestam à sociedade.

Por outro lado, a mesma Rede Globo veicula uma telenovela, na qual uma das personagens principais atravessa todo o enredo cometendo crimes e atrocidades. Ao final, essa personagem coroa sua participação saindo-se bem e com privilégios requintados demonstrando uma vida tranquila sem jamais pagar à sociedade por um único dos seus hediondos crimes.

No decorrer do folhetim, outras personagens, que em nada contribuem para a sociedade, perpassam toda a trama aplicando golpes também ganham à estrada, ricas e bem sucedidas. Mostram a todos que viver como golpista é a forma mais adequada de se dar bem.

Conheço o argumento de que a arte imita a realidade e não há como contradizer essa afirmativa, pois a sociedade está repleta de exemplos desse tipo. Por outro lado, é impossível desconhecer a importância dos folhetins da Rede Globo na formação do pensamento da sociedade. Decorre disso que, se por um lado a arte imita a realidade, a ficção inspira a realidade. Se por um lado a Rede veicula matérias sobre a corrupção, que graça por todos os cantos é também inspiradora de atos, comportamentos e posturas que minam as estruturas da convivência social digna.

Denunciadora e inspiradora dos mesmos crimes a Rede Globo manifesta a ambiguidade ética e sem pudor de sempre, a despeito de alardear, em 2011, a divulgação de um código de ética empresarial. É mister questionar a possibilidade de se construir um instrumento que enaltece princípios e valores morais e paralelamente violentá-los na prática.

Não cabe o argumento de que quem não quer não precisa ligar a TV. É imperioso considerar que se trata da rede aberta de comunicação que mais penetração possui. Decorre disso, que sua responsabilidade é proporcional ao tamanho de sua influência na formação de opinião da sociedade.
DESTAQUE DO DIA

Morte de Júlio Verne (107 anos)

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Júlio Verne, em francês Jules Verne nasceu em Nantes a 8 de fevereiro de 1828 e morreu em Amiens a 24 de março de 1905. Foi um escritor francês. Era o filho mais velho dos cinco irmãos de Pierre Verne, advogado, e de Sophie Allote de la Fuÿe, esta de uma família burguesa de Nantes. É considerado por críticos literários o precursor do gênero de ficção científica, tendo feito predições em seus livros sobre o aparecimento de novos avanços científicos, como os submarinos, máquinas voadoras e viagem à Lua.

Júlio Verne é um dos escritores cuja obra foi mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 idiomas, segundo estatísticas da UNESCO, tendo escrito mais de 100 livros.

O sucesso de Cinco semanas em um balão lhe rendeu fama e dinheiro. Sua produção literária seguia em ritmo acelerado. Quase todos os anos Hetzel publicava novos livros de Verne, quase todos grandes sucessos. Dentre eles se encontram: Viagem ao Centro da Terra, de 1864, Vinte Mil Léguas Submarinas, de 1870 e A Volta ao Mundo em Oitenta Dias, de 1873.[1]



[1] JÚLIO VERNE. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Verne. Acesso em 24 mar 2012.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    tu e eu somos de geração que sonhamos juntos com Júlio Verne.
    ¿Por que os jovens de hoje não sonham navegar no Nautilus ou voar em balões?
    Quase no ocaso do sábado, que tenhas um bom domingo
    attico chassot

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    1. Amigo Chassot,
      acho que os videogames não permitem mais aqueles nossos sonhos provocados pelas leituras de antanho.

      Um abraço,

      Garin

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