sexta-feira, 22 de abril de 2011

O FILHO

Acredito que não haja mãe que não sonhe numa carreira brilhante para seu filho ou sua filha. Muito pior do que o rumo tortuoso que alguns(as) filhos(as) vão tomando na vida é a dor de vê-los errar sem poder consertar.
A situação de Maria tinha momentos dessa dor. Para quem acompanhava o suplício do filho sobre uma cruz, símbolo das mais cruéis condenações, o sentimento não poderia ser outro – um filho perdido. Lembremos que até então não se sabia da Ressurreição nem da caminhada da Igreja. Não só para ela como também para os demais discípulos, o Gólgota era o fim de uma luta. A pedra que fechava o túmulo de José de Arimatéia estava sendo colocada sobre uma história de lutas, mas também selava as esperanças da mãe aflita.
Entretanto, para nós é fácil. Estava começando um novo tempo. Maria foi consolada pelo ‘Discípulo Amado’ mas os questionamentos não foram respondidos.
Cada mãe carrega no coração a dúvida sobre o amanhã do(a) seu filho(a). Como Maria, toda a mãe necessita entregar seu filho(a) ao mundo, à vida como quem entrega-o(a) nas mãos de Deus. Tenho certeza de que Maria foi para casa com um aperto profundo no coração. Mas qual filho teve um amanhã como o Filho dela?
"Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho." (Jo 19.26)

2 comentários:

  1. Muito prezado colega Garin,
    a madrugada nutrida em tua blogada enseja reflexões em duas dimensões.
    Uma, remete-nos a uma das pietás renascentista. Detenho-me naquela de Miguel Ângelo que esteve em nossa aula no dia 8, logo depois do massacre de Realengo. Muito bem posta tua observação. A ressurreição, desconhecida, só ocorre na madrugada de domingo. A dor e o luto de Maria ‘e dos outros’ eram imensos...
    Outra, o não sectarismo do autor da reflexão. Um teólogo metodista, mais um não ‘romano’ usualmente apaga Maria. Trazes uma lição de abertura que se espraia em quase cada edição de teu blogue, numa leitura de quem só mais recentemente aprendeu a te admirar.
    Com encantamentos,
    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    se por um lado o apóstolo Paulo foi decisivo para a continuidade do cristianismo mundo afora, Maria, como mãe que acreditou no movimento revolucionário do seu filho, foi decisivo para o seu ministério. Jesus não teria ido tão longe com a sua pregação não fosse o incentivo e apoio da mãe, ainda que pese algumas rusgas entre os dois em certos momentos da Galiléia.

    Obrigado pelo teu reconhecimento.

    Que a Sexta da Paixão nos seja um dia de reflexão.

    Garin

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