quarta-feira, 16 de novembro de 2011

MANUAL
ANO 01 – Nº 250
Nunca fui habilidoso em ler manuais. Leio, leio e acabo entendendo pouco mais da metade do que está escrito. Por um lado acho que é a minha falta de jeito, por outro, acho que o pessoal que produz os manuais não é muito claro. As minhas dúvidas terminam, quase sempre, sem solução. Na minha concepção, um manual precisa dizer como se faz e dar um exemplo de como irá ficar e das possibilidades de erro de interpretação. Isso quase nunca acontece.
Um dia desses estava tentando descobrir novas funções de um aparelho de telefone celular. Li, li, mexi aqui, mexi acolá e nada deu certo. Acabei retornando à loja novamente para que o atendente me explicasse o know-how do que pretendia.
Depois disso fiquei pensando sobre um possível manual do existir. Já imaginaram como seria se quando a gente nascesse, viesse junto um manual de operações? Tenho certeza de que muitos pais iriam adorar uma coisa dessas. Há uma porção de publicações dedicada a ensinar a ser pai/mãe de primeira viagem. Em contraste, a quase totalidade de pais/mães confirma que não adianta ter criado/educado um filho para dominar o know-how do existir humano. Minha mãe, que criou seis filhos, dizia que cada um é cada um e pronto. Não existem normas seguras para se criar filhos, assim como é impossível haver um manual do existir.
Primeiro porque os manuais são quase sempre incompletos e incompreensíveis. Depois, o ser humano não é um objeto, ainda que as sociedades contemporâneas de consumo o desejem. Cada ser humano é um conjunto complexo que se modifica enquanto se faz. As situações mais previsíveis que possam existir não podem ser previsíveis quando se trata da pessoa. Na sua complexidade, o ser humano é um constante mudar diante de circunstâncias absolutamente objetivas. Imaginem, então, diante de circunstâncias subjetivas. Uma simples indicação “olhe ali”, é capaz de gerar inúmeras interpretações. A constante reconstrução de nós mesmos sobre as múltiplas possibilidades do existir traz como resultado uma infinitude de consequências e gera um número quase infinito de novas condições. Resulta dessa complexidade gigantesca o maior desafio enfrentado por cada pessoa, a convivência com o outro. Se fosse possível editar um manual do existir, esse teria apenas uma orientação: “observe, com cuidado, o infinito – o existir é assim mesmo, imenso!”.
Com votos de uma ótima quarta-feira!

DESTAQUE DO DIA
Criação da UNESCO (66 anos)

Sede da UNESCO - Paris
SedeA Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)[1] fundada a 16 de Novembro de 1945 tem como o objetivo contribuir para a paz e a segurança no mundo mediante a educação, a ciência, a cultura e as comunicações. As atividades culturais procuram a salvaguarda do patrimônio cultural mediante o estímulo da criação, a criatividade e a preservação das entidades culturais e tradições orais, assim como a promoção dos livros e a leitura. Tem a sua sede em Paris, França e seu principal objetivo é reduzir o analfabetismo no mundo. Para isso a UNESCO financia a formação de professores, uma de suas atividades mais antigas, e cria escolas em regiões de refugiados. Na área de ciência e tecnologia, promove pesquisas para orientar a exploração dos recursos naturais. Outros programas importantes são os de proteção dos patrimônios culturais e naturais além do desenvolvimento dos meios de comunicação.


[1] A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/UNESCO.  Acesso em 15 nov 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    Primeiro, a celebração de uma constatação que no assunto ‘manuais’ não es um alienígena (e isto vale para as ‘ajudas’ nos software computacionais, A maioria não lê ou tem dificuldades com a leitura. Já falei com um engenheiro de uma multinacional envolvido na produção de manuais. É reconhecida a pouco clareza dos mesmos.
    Segundo, tivesse os humanos um ‘modo de usar’ a cda dia teria que sair um ‘upgrade’ do manual, pois aprendemos tanta coisa por nós mesmos, como com os aparelhos dos quais dispensamos os manuais.
    Uma quarta-feira, com o Natal no horizonte (como próximo feriado).

    attico chassot
    http://mestrechassot.blogspot.com
    www.professorchassot.pro.br

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  2. Caro Chassot,

    gostei da tua afirmação, "teria que sair um ‘upgrade’ do manual". Acho que o existir teria que ser uma constante atualização da última atualização, mais ou menos como fazem os antivírus em informática. O complexo disso é que as atualizações seriam exclusivas para cada ser humano.

    Um abraço,

    Garin

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