quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O QUE FAZER?
ANO 01 – Nº 243
Gosto bastante dessa etapa do ano porque é a época em que os alunos têm uma produção maior. É a fase dos seminários para os quais o trabalho de pesquisa dos acadêmicos é mais expressivo. Não há como não associar o ensino e a pesquisa na tarefa pedagógica.
Quarta-feira tive uma aula com as turmas de Licenciatura do IPA e o seminário desenvolvido era sobre o tema da Ética e Consumismo. O debate, depois de assistirmos juntos ao vídeo "A história das Coisas"[1] girou em torno das dificuldades que o ser humano enfrenta com as imposições do consumismo selvagem. O sistema econômico contemporâneo empurra o ser humano em direção à obsolescência de tudo. Aquilo que adquirimos novinho hoje, a última geração daquela parafernália, em pouco tempo já parecerá antiquada, com ar de anacrônica. No vídeo há uma cena em que a narradora fala sobre os saltos dos sapatos das mulheres, que numa temporada são largos, na seguinte são finos, da subsequente são largos outra vez e assim sucessivamente. A mulher que estiver usando um sapado de salto fino quando a moda é a do salto largo se sentirá desconfortável, antiquada.
Acontece que isso não é por acaso e nem é natural. É fruto de um planejamento cuidadoso para manter a roda do consumismo girando. Tudo isso até seria bem pouco não fosse o fato de que cada novo produto é resultado de manipulação de matérias primas de origem natural, que são consumidas para que o objeto seja feito. Some-se a isso o investimento de energias não renováveis ou que custam a destruição do ecossistema natural. Além de tudo, para que o produto esteja na prateleira por um preço ‘competitivo’ é necessário que o sistema de produção seja barato. Só que muitas vezes isso é possível às custas de exploração de mão-de-obra desvalorizada e até escrava. Nesse barateamento da produção negam-se benefícios vitais aos trabalhadores, como bons planos de saúde, equipamentos de segurança, jornadas de trabalho justas etc.
Depois de muito debate havia um questionamento que sobressaia: o que fazer? É impossível, do dia para a noite, mudar o sentido da história, sem que o preço disso seja catastrófico. Não se pode, de uma hora para outra, parar a roda do consumismo, mas é possível reduzir o supérfluo, optar por alternativas menos agressivas ao meio ambiente e buscar produtos que não tenham custado a exploração de pessoas. Fundamental é tomar uma atitude pessoal consciente e refletir sobre cada decisão do cotidiano.

DESTAQUE DO DIA
A queda do Muro de Berlim[2] (22 anos)
O Muro de Berlim[3] (em alemão Berliner Mauer) era uma barreira física, construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de grades metálicas, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas de atravessá-lo.


[1] A HISTÓRIA DAS COISAS. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E. Acesso em 8 nov 2011.
[2] Ilustração disponível em http://parabolicadoblum.blogspot.com/2009/11/20-anos-da-queda-do-muro-de-berlim-1989.html. acesso em 8 nov 2011;
[3] MURO DE BERLIM. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Muro_de_Berlim. Acesso em 8 nov 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    realmente o consumismo é uma das grandes pragas de nossa geração, legado maldito do maldito capitalismo. O vídeo que referes é fantástico.
    Não gosta desta época em termos acadêmico, mesmo que tenhamos os alunos mais ‘nossos’. Isto de ter que dar nota de avaliação é indigesto.
    Obrigado por lembrares a queda do muro de Berlin. O atravessei, sob inspeção rigorosa em julho de 1989. Menos de meses depois ele cai.
    Foi bom avaliar contigo na manhã de ontem

    attico chassot
    http://mestrechassot.blogspot.com
    www.professorchassot.pro.br

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  2. Caro Chassot,

    por esse lado da avaliação, essa quadra do ano é a mais complicada, de fato. Entretanto, já começo a sentir saudade das aulas, dos alunos, do convívio. O período de recesso e de férias é muito bom, mas traz esse gosto de ausência.

    Um abraço,

    Garin

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