quarta-feira, 7 de setembro de 2011


AUTONOMIA
ANO 01 – Nº 180
A noite de segunda-feira, aqui em Porto Alegre foi mais uma vez molhada. Depois de uns poucos dias de estio, a chuva voltou para nos dizer, “não se esqueçam de mim, olhem eu aqui!” Tive mais uma aula de Ética, sociedade e meio ambiente com três turmas das licenciaturas do IPA. Como faço habitualmente, assistimos a um vídeo e debatemos os aspectos que envolvem a ética na situação retratada.
O vídeo mostrava a experiência de uma escola do interior de São Paulo, com ótimo desempenho, que focava o ensino e a aprendizagem na autonomia ética das crianças. Chamou-nos a atenção a colocação de uma professora que se reportava à necessidade de focar nas coisas mais simples do dia-a-dia. Um exemplo dado por ela foi a dedicação dos educadores em orientar os pequenos sobre a maneira de amarrar os cadarços do tênis. Parece uma coisa banal e sem importância para o processo pedagógico.
Quando pensamos em ética e autonomia do ser humano imaginamos os grandes temas, os grandes pensadores, os paradigmas éticos que sustentam o comportamento do ocidental. Entretanto, se não nos focarmos nas pequenas coisas, corremos o risco de formar grandes corruptos que irão alimentar as redes criminosas que grassam pelo mundo afora. A dedicação aos pequenos educandos, no cuidado das pequenas coisas da vida, pode resultar em cidadãos bem formados, prontos para se realizarem como seres humanos autônomos. Não quero, dizer com isso, menosprezar a teoria ética, fundamental para compreendermos a trajetória e formação moral de todos nós. Acontece que é fundamental cuidar da teoria sem descuidar dos detalhes.
É como a construção de um grande edifício, sustentado por uma estrutura sólida de concreto, mas construída tijolo a tijolo. Na ética, a teoria é a grande estrutura, os detalhes são os cuidados do dia-a-dia. Os fundamentos, porém, são construídos nas pequenas coisas moralmente edificadas desde os primeiros dias.


DESTAQUE DO DIA

Dia da Pátria Brasil (189 anos)

Quase sempre que nos lembramos do sete de setembro de 1822, pensamos em Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, no Grito do Ipiranga, na glória de uma nação autônoma. Nem sempre lembramos que a Independência não foi um presente português aos brasileiros. Foi resultado de uma considerável trajetória de lutas e reivindicações. Um longo processo que tem início com a transferência da corte portuguesa para cá em 1808. É preciso adicionar a isso a Revolução Liberal do Porto em 24 de agosto de 1820 que forçou o retorno de D. João VI e os reflexos desse movimento no Pará, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Maranhão[1] só para citar alguns. Nossa autonomia política teve o seu preço e o Dia da Independência foi apenas a culminância de uma etapa, cujo processo é contínuo. A autonomia depende dos brasileiros e brasileiras de todos os tempos.





[1] INDEPENDÊNCIA DO BRASIL (ilustrações). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasil. Acesso em 6 set 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro colega Garin,
    pensava ou ver o título da blogada ‘Autonomia’ que irias te referir sermos hoje, neste dia da Pátria, independente. Parece, quando tocavas trompete na banda marcial – coisa de guerra – não tínhamos a independência de hoje. É bom vivermos agora mais livres.
    Nas datas históricas que sempre nos lembras, temos em 1922, no centenário da independência, a primeira transmissão de rádio no Brasil.
    Um bom saldo de feriado
    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    pois é, hoje olhando para aquela época, me sinto um pouco assim, ainda mais tocando canções e hinos que lembravam ou eram símbolos de momentos guerreiros. Mas tocávamos também "Love's Blue", "Lara's theme" etc. Aos 16 anos não tinha muita noção.

    Obrigado pelo teu comentário.

    Garin

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