quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O NÃO-PONTO
ANO 01 – Nº 187
Quando conferi a postagem de ontem constatei a ausência do ponto final. Não que esse esquecimento possa comprometer a mensagem, pois o que faltou foi apenas a pontuação que encerraria os “Destaques do dia”. Afinal, a ausência do ponto significou um lapso, entre tantos outros, na construção da narrativa. Uma falha pela qual peço desculpas aos meus leitores e leitoras.  
Depois da constatação comecei a refletir sobre aquele não-ponto. A postagem parece não finalizada, ficou uma intencionalidade, uma continuidade interrompida. Um ponto nos dá a tranquilidade de que tudo está pleno, não há o que acrescentar. Um não-ponto provoca, em cada um, a sensação de insegurança. É possível imaginar o que viria depois, aquilo que ficou esquecido. Esse ‘aquilo’ seguiria o não-ponto, mas traria uma nova ideia ou aprofundaria as informações que jaziam no texto escrito?
O ponto é o fim, a morte do texto. Com o ponto, o texto deixa de pertencer à postagem e passa ao domínio publico: é de quem quiser ler, interpretar, apropriar-se da sua fluidez. O não-ponto deixa o texto ‘vivo’, inconcluso. Dá a sensação de que além do não-ponto existe um universo que pode fluir indefinidamente e o que é pior, um ‘mundo’ ao qual não tenho acesso, desconhecido. O não-ponto provoca em nós a incerteza aterradora sobre aquilo que inexiste e, como tal, pode provocar infinitas possibilidades. As seguranças repousam sobre o ponto, enquanto que o não-ponto nos faz tremer sobre a natureza das infinitas possibilidades. Conteriam virtudes que nos levaria ao paraíso das realizações humanas ou abrigariam os infernos das frustrações contínuas. Lançariam luz sobre os atos e pensamentos ou mergulhariam nas trevas do não-saber. Elevaria aos céus da eternidade ou desabariam sobre as profundezas da eterna temporalidade.
Pois é, acho que aquele não-ponto está me levando à loucura!
DESTAQUES DO DIA
Dia da Cruz
A cruz[1] (†), do latim cruce, é uma figura geométrica formada por duas linhas ou barras que se cruzam em um ângulo de 90°, dividindo uma das linhas, ou ambas, ao meio. As linhas normalmente se apresentam na horizontal e na vertical; se estiverem na diagonal, a figura é chamada de sautor, ou aspa. A cruz é um dos símbolos humanos mais antigos e é usada por diversas religiões, principalmente a cristã, embora nem todos os cristãos a usem como símbolo, pois consideram que Jesus Cristo foi pregado em uma cruz. O instrumento da morte de Jesus é mencionado em textos bíblicos como Mateus 27.32 e 40. Ali, a palavra grega stau·rós é traduzida por “cruz” em várias Bíblias em português, e o costume dos Romanos era a crucificação. Para os cristãos o instrumento de tortura e morte transformou-se em símbolo de glória.

Nascimento de Pavlov (162 anos)

Ivan Petrovich Pavlov[2] nasceu em Ryazan, Rússia, a 14 de setembro de 1849 e faleceu em Leningrado, a 27 de fevereiro de 1936. Médico, precursor do behaviorismo; Nobel de Medicina/Fisiologia (1904, pela descoberta dos processos digestivos animais); formulou a tese do reflexo condicionado (1920, a repetição constante de um estimulo ensina o sistema nervoso a responder invariavelmente da mesma forma).


Morte de Carnap[3] (41 anos)

Rudolf Carnap[4] nasceu em Ronsdorf, Alemanha, a 18 de maio de 1891 e faleceu em Santa Mônica, EUA, a 14 de setembro de 1970, influente filósofo alemão que trabalhou na Europa central antes de 1935 e nos Estados Unidos posteriormente. Foi um dos principais membros do Círculo de Viena e um eminente defensor do positivismo lógico. Sua Introdução à lógica simbólica com aplicações é uma boa introdução à sua lógica. Na obra encontramos bastante atenção a vários pontos filosóficos normalmente negligenciados por textos de lógica, indiferença à metateoria, fascinação com a semântica formalizada, atitude casual sobre a prova, nenhuma menção à dedução natural, atenção à lógica das relações, vários exemplos interessantes de teorias axiomáticas, muitos formulados em lógica de segunda ordem, e uma grande dívida com Principia mathematica. Carnap rejeitou a metafísica através do emprego da dicotomia entre juízos analíticos e sintéticos e do princípio de verificação. Sua crítica aos pseudoproblemas filosóficos foi influenciada por Wittgenstein e via a metafísica como inútil e sem sentido.



[1] CRUZ. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruz. Acesso em 13 set 2011
[2] IVAN PETROVICH PAVLOV (ilustração e texto). Disponível em http://www.projetovip.net/0914.htm. Acesso em 13 set 2011.
[3] Ilustração disponível em http://mepessoais.blogspot.com/2010/09/critica-de-carnap-aos-enunciados.html. Acesso em 13 set 2011.
[4] RUDOLF CARNAP. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Rudolf_Carnap. Acesso em 13 set 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    vou colocar logo um ponto e deixá-lo de lado. Tu podias chamar-te garimpador. Cada dia uma novidade.
    Hoje achas um dia da cruz. Esta não conhecia.
    Uma vez falei em sala: “Jesus morreu na cruz” e uma aluno me contestou, morreu em um madeiro.
    Estão chamando para meu embarque em um aeroporto sem neblina.
    Assim logo, ponto.

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    em primeiro lugar, boa viagem! Por aqui, um aeroporto sem neblina é sempre uma alegria.

    Eu também não sabia que até a cruz tinha uma dia especial. Sabes que esse negócio de pesquisar o Destaque do Dia está me deixando mais 'sabido'.

    Um abraço,

    Garin

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