quinta-feira, 12 de maio de 2011

O RETROVISOR


Eis aí um equipamento que muitos(as) motoristas esquecem de consultar. Numa estrada movimentada como no caso dessa foto, esse tipo de esquecimento pode ter conseqüências graves. Confesso que, no dia dessa foto, o movimento na BR 290 me chamou a atenção. Além de ser intenso, os veículos andavam em velocidade bastante elevada e passavam muito próximos da moto. Foi uma experiência diferente fotografar para frente o que estava acontecendo para trás.
Creio que esse é um bom desafio para o ser humano. Com a velocidade da vida[1] sempre estamos olhando para frente: compromissos, pagamentos, textos a preparar, livros a ler, consultas médicas, exames clínicos, e todo aquele monte de coisas... Difícil é não olhar para frente a cada minuto, mas com isso tudo “por diante”, praticamente não olhamos para trás... e aí...?
Quando esquecemos o que foi construído antes de nós, ou mesmo antes do hoje[2], corremos o risco de tentar inventar o que já está aí, há muito. Perder a noção da história pode significar “trombar” com os erros que já foram cometidos e cometê-los novamente e com piores conseqüências.
A extraordinária experiência de viver é muito parecida com a tarefa do motorista cuidadoso: andar para frente, mas com um olho bem atento ao “retrovisor”. Mais que isso: não se pode parar para olhar para trás – é necessário estar atento ao que já foi realizado antes, mas sem perder a velocidade, pois se corre o risco de ser atropelado por quem já vem na velocidade da vida.
Olhar para frente, enxergando o passado refletido no futuro, nos permite viver a fabulosa experiência de que “participamos” de uma jornada infinita[3], cuja alvorada não vislumbramos mais e cujo ocaso não imaginamos que possa acontecer. É isso que nos dá a dimensão da esperança.
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UM CONVITE ESPECIAL: O PHILOCINE




[1] A vida é veloz mesmo? Será que somos nós que passamos por ela? Será que nem nós nem a vida passamos?
[2] Aquilo que pode nos incluir também.
[3] Essa é a nossa fé!

2 comentários:

  1. Muito estimado colega Garin,
    realmente ‘tempus fugit’ mas teu alerta trazes um alerta: há que deixar de lado o presenteismo – esse apego ao presente, olhar no retrovisor, buscar nosso passado que nos vincula com o futuro. Surpreendo-me com meus alunos e alunas: há muitos que não conhecem a história de seus pais e menos ainda de seus avós.
    Com alegria por começar o dia com tuas pílulas de sapiência matinais
    attico chassot
    ******[Postado tardiamente pois as 05:20 o bloguer estava em manutenção e ainda no correr da manhã houve incompatibilidades]

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  2. Caro Chassot,

    esse "fechar os olhos" para a história (e para as tradições), das novas gerações, tem me preocupado bastante. Há lições, encravadas na história, que se forem esquecidas,podem nos levar à ruína (em termos de civilização humana).

    Também tive problemas de madrugada, não tinha como acessar.

    Um abraço,

    Garin

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