sábado, 11 de fevereiro de 2012

Um aninho aqui... - Ano 01 - nº 337


UM ANINHO AQUI...


ANO 01 – Nº 337

A revolução da longevidade começou sem que dela tivéssemos,
de fato, consciência, no decorrer das últimas décadas,
por acréscimos sucessivos, um aninho aqui, um outro acolá...
Os avanços fulgentes da ciência e da medicina vencendo
doenças até então rebeldes, as sensíveis modificações em nossos modos
de viver e em nossa alimentação, a atenção crescente que
passamos a dar a tudo que nos cerca...
Todos esses progressos, difíceis de serem percebidos em conjunto,
tiveram como primeira consequência a de prolongar
decisivamente nossa expectativa de vida.[1]


Final de tarde, aqueci a água e montei o chimarrão. Convidei a Ana e descemos para tomar o mate na sombra, à frente do edifício. Assim, acompanhávamos o movimento do pessoal que voltava do trabalho ou que se dirigia ao seu posto para troca de turno.

Aos poucos os amigos foram se achegando para partilhar do mate. De repente, uma amiga nossa chegou toda faceira e anunciou: “parei de fumar!”. Logo foi acrescentando: “dessa vez quero caprichar para não voltar mais!”. Evidentemente, demos a maior força e fizemos nossa torcida para que ela encontre a disciplina suficiente para vencer a tentação de retornar ao vício. Ela tomou dois mates e se retirou para atender uma cliente que a estava esperando.

Enquanto sorvia o meu mate, fiquei meditando com os meus botões sobre a decisão da nossa amiga. Lembrei do texto que transcrevi á epígrafe. Não bastam a ciência e a medicina fazerem o seu papel nas pesquisas e tratamentos para prolongarem a existência do ser humano: é fundamental a mudança no modo de viver.

A decisão da amiga, que hoje goza da meia idade, é decisiva para que possa encontrar a idade avançada com boa saúde. A literatura está repleta de advertências sobre os investimentos humanos que necessitamos fazer, enquanto os anos nos pesam sobre os ombros. Há muito tempo li uma estatística realizada em outro país, na qual havia uma estimativa de que, para cada cigarro consumido, representava quatorze minutos a menos de vida.

Muito mais sério do que pensar nos minutos a mais de vida é darmo-nos conta da vida que necessitamos acrescentar aos minutos que vamos viver a mais. Nessa contabilidade, qualquer investimento realizado agora, resulta em preciosos ‘juros’ na terceira (ou seria quarta?) idade.

É claro que não me refiro apenas à superação dos vícios danosos, mas também a toda sorte de cuidados que possamos ter, com a saúde, com exercícios físicos acompanhados, alimentação equilibrada etc., tudo sem perder a dimensão da alegria, do prazer!

Com votos e um aproveitado sábado!


DESTAQUE DO DIA

Morte de Descartes (362 anos)

René Descartes nasceu em La Haye en Touraine a 31 de março de 1596 e morreu em Estocolmo a 11 de fevereiro de 1650. Foi um filósofo, físico e matemático francês. Durante a Idade Moderna também era conhecido por seu nome latino Renatus Cartesius. Notabilizou-se, sobretudo, por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, ele foi uma das figuras-chave na Revolução Científica. Descartes, por vezes chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai da matemática moderna", é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da História do Pensamento Ocidental. Inspirou contemporâneos e várias gerações de filósofos posteriores; boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reação às suas obras ou a autores supostamente influenciados por ele. Muitos especialistas afirmam que a partir de Descartes inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna. Décadas mais tarde, surgiria nas Ilhas Britânicas um movimento filosófico que, de certa forma, seria o seu oposto - o empirismo, com John Locke e David Hume.[2]


[1] ROSNAY, J.; SERVEAN-SCHREIBER, J-L.; CLOSET, F.; SIMONNET, D. Ganhei mais vida!: o que fazer com a longevidade?. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007, p. 9.
[2] RENÉ DESCARTES. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Descartes. Acesso em 10 fev 2012.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    uma vez falei no sepultamento de uma pessoa querida que fora babá de meus filhos. Trouxe o caso de Descartes, que tornou-se católico devido a sua babá. Estas serviçais são muito importante na história das ccianças.
    Um excelente sábado,
    attico chassot

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Chassot,
      boa parte das vezes, as babás são as verdadeiras pedagogas dos filhos da classe média, só que a maioria das pessoas não se dá conta disso.
      Obrigado!

      Garin

      Excluir