terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Muitas felicidades! - ano 01 - nº 354

MUITAS FELICIDADES!
ANO 01 – Nº 354

Ontem foi a primeira noite de aulas nos cursos de licenciatura do IPA. Tive as duas últimas aulas da noite com turmas da Pedagogia, Educação Física e Música. A disciplina que estou trabalhando nesse semestre é a mesma do anterior: Ética, Sociedade e Meio Ambiente. Depois de expor o Plano de Ensino, iniciamos a aula propriamente dita, conversando sobre noções básicas de ética e moral.

Em uma das lâminas, apresentei a imagem de um coração sob a palavra ‘bem’, e perguntei à turma como a gente cumprimenta as pessoas que fazem aniversário. Logo uma aluna respondeu: “muitas felicidades, muitos anos de vida!”. A partir dessa conversa iniciamos um diálogo sobre o que, de fato, deveríamos dizer nessas circunstâncias.

Atualmente, a sociedade da qual fazemos parte, incentiva a aquisição de bens, como objetivo de realização. Seguidamente ouvimos as pessoas dizerem: “meu sonho de consumo é...!”. Na ponta final da sua realização está um objeto ou serviço, pelo qual ela está disposta a pagar uma alta soma. Não resta dúvida de que o ‘bem’ maior, a felicidade suprema, reside sobre o consumo de alguma coisa que se possa comprar.

Dessa forma concluímos que, ao invés de dizer “muitas felicidades, muitos anos de vida!”, deveríamos abraçar o aniversariante e lhe desejar: “muitas compras, saldo rechonchudo no banco e muito crédito!”. O ‘bem’, enquanto realização maior de nossas vidas deixou de ser um ‘valor’ humano pelo qual estamos dispostos a sacrificar nossos dias: agora é o consumo de alguma coisa pela qual estamos dispostos a pagar “os olhos da cara!”.

A maioria sabe dessa hipocrisia que alimentamos todos os dias, mas nem sempre paramos para repensar o engodo que isso representa. O ‘sonho de consumo’ logo se transforma em tormento e o existir passa a ser uma sucessão de compras e descartes. Fazemos assim com as coisas e também com as nossas relações humanas do cotidiano!

Com votos de uma ótima terça-feira!
DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Montaigne (479 anos)

Michel Eyquem de Montaigne nasceu em Saint-Michel-de-Montaigne a 28 de fevereiro de 1533 e morreu na mesma cidade a  13 de setembro de 1592. Foi um escritor e ensaista francês, considerado por muitos como o inventor do ensaio pessoal. Nas suas obras e, mais especificamente nos seus "Ensaios", analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objeto de estudo. É considerado um cético e humanista.

Montaigne começou a sua educação com o seu pai. Este tinha um espírito por um lado vigilante e metódico e por outro aberto às novidades. Após estes estudos enveredou pelo Direito. Exerceu a função de magistrado primeiro em Périgoux (de 1554 a 1570) depois em Bordéus onde travou profunda amizade com La Boetie.

Retirou-se para o seu castelo quando tinha 34 anos para se dedicar ao estudo e à reflexão. Levou nove anos para redigir os dois primeiros livros dos Essais. Depois viajou por toda a Europa durante dois anos (1580-1581). Faz o relato desta viagem no livro Journal de Voyage, que só foi publicado pela primeira vez em 1774.[1]


[1] MICHEL DE MONTAIGNE. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Eyguem_de_Montaigne. Acesso em 28 fev 2012.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    realmente nesse mundo capitalista tuas proposta de cumprimentos natalícios seria pelo menos mais honesta.
    Sucesso nas sucessivas reestreias nesta semana

    attico chassot

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    1. Amigo Chassot,
      para ti também, bom retorno ao contato com os acadêmicos e colegas. É um semestre quase sem feriados no início da semana.
      Um abraço,

      Garin

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