sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O que é a vida? - ano 01 - nº 350

O QUE É VIDA?
ANO 01 – Nº 350

Utilizando uma conexão lenta, digitei a pergunta do título num buscador de internet e obtive três milhões e cento e cinquenta mil resultados em apenas vinte segundos. Essa simples experiência serve para diferentes demonstrações. Uma delas é como os atuais buscadores de internet são rápidos. Outra seria sobre como se publicam textos utilizando essa frase. Parece não restar muitas dúvidas que esse tema é significativo para as pessoas. É um questionamento importante sobre o qual nos debruçamos cotidianamente. Outra constatação é que é um tema acessado por diferentes ângulos, desde questões ligadas à biologia até reflexões sobre o comportamento humano.

Escolhi esse tema porque ontem participei da abertura do XII Seminário de Pedagogia Universitária do IPA, no qual o tema é Autoavaliação Institucional: possibilidades e desafios, em conferência desenvolvida pela Profa. Cláudia Maffini Briboski, Diretora de Avaliação da Educação Superior do INEP.

Antes de iniciar a conferência, os docentes do Centro Universitário lotaram o Auditório Oscar Machado num verdadeiro burburinho. A alegria do reencontro se manifestava no semblante de cada colega e a vida brotava na forma de narrativa entusiasmada sobre conteúdos significativos para cada um. Uns contavam de suas viagens de férias, outros compartilhavam a alegria de terem estado mais junto com a família, outros ainda falavam de seminários e minicursos de que participaram. Não ficaram de fora narrativas sobre festas e incursões culinárias realizadas nesse período.

Quando tomei o carro para retornar vinha pensando sobre esse questionamento implacável que o ser humano faz diante de si mesmo: o que é a vida? Entre as alternativas, aquela experiência de reencontro é uma consistente resposta. No ‘recipiente’ de um auditório desfilaram centenas de respostas sobre essa inquietante pergunta. Evidentemente, a resposta absoluta não será respondida até porque se um dia isso acontecer, a vida se extinguirá, pois esse questionamento é um dos principais motores que impulsiona a humanidade em direção ao conhecimento. Mas as respostas que lhe oferecemos, são respostas para o questionamento fundamental. Serão tão variadas quanto forem nossas experiências e terão tanta diversidade quanto maior for a variação cronológica e a variação cultural.

O que é a vida? Hoje mesmo cada um formulará uma nova resposta que será tão fundamental quanto todas as demais que se construírem nesse mesmo tempo.

Com votos de uma sexta-feira de muitas respostas e outros tantos questionamentos!
DESTAQUE DO DIA

Nascimento Giovanni Pico (549 anos)

Giovanni Pico della Mirandola nasceu em Mirandola a 24 de fevereiro de 1463 e morreu em Florença a 17 de novembro de 1494. Foi um erudito, filósofo neoplatônico e humanista do Renascimento italiano. Na Oratio, Giovanni justifica a importância da busca humana pelo conhecimento numa perspectiva neoplatônica. Ele afirma que Deus, tendo criado todas as criaturas, foi tomado pelo desejo de gerar outra criatura, um ser consciente que pudesse apreciar a criação, mas não havia nenhum lugar disponível na cadeia dos seres, desde os vermes até os anjos. Então Deus criou o homem, que ao contrário dos outros seres, não tinha um lugar específico nessa cadeia. Em lugar disso, o homem era capaz de aprender sobre si mesmo e sobre a natureza, além de poder emular qualquer outra criatura existente. Desta forma, segundo Giovanni, quando o homem filosofa, ele ascende a uma condição angélica e comunga com a Divindade, entretanto, quando ele falha em utilizar o seu intelecto, pode descer à categoria dos vegetais mais primitivos. Giovanni, deste modo, afirma que os filósofos estão entre as criaturas mais dignificadas da criação.

A ideia que o homem pode ascender na cadeia dos seres pelo exercício de suas capacidades intelectuais foi uma profunda garantia de dignidade da existência humana na vida terrestre. A raiz da dignidade reside na sua afirmação que somente os seres humanos podem mudar a si mesmos pelo seu livre-arbítrio. Ele observou na história humana que filosofias e instituições estão sempre evoluindo, fazendo da capacidade de autotransformação do homem a única constante.[1]


[1] GIOVANNI PICO DELLA MIRANDOLA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Giovanni_Pico_della_Mirandola. Acesso em 24 fev 2012.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    realmente o burburinho do auditório, no qual tive o privilégio de estar a teu lado suscitou-te reflexões relevantes e tu hoje as distribuis para nós.
    Eu desci o morro milenar refletindo sobre nossa transitoriedade nas instituição catalisado pela notícia da demissão de um colega pelo qual três minutos antes te inquiria.
    Uma sexta-feira quaresmal,

    attico chassot

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    1. Caro Chassot,
      também fui surpreendido pela notícia ao final da palestra ao perguntar sobre o colega. Foi então que fiquei sabendo sobre a sua demissão ocorrida ontem.
      Um abraço,

      Garin

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