quinta-feira, 28 de junho de 2012

Justiça/flexibilidade - ANO 02 – Nº 473


JUSTIÇA/FLEXIBILIDADE

Quando construo os planos de ensino busco ser o mais claro possível, especialmente no quesito avaliação dos alunos. Entendo que não há novidade nenhuma nisso, imagino que todo o mestre percorre essa mesma trajetória. É necessário que o aluno, que será avaliado pelo professor, saiba de antemão, qual o caminho que deverá percorrer para conquistar a aprovação. Além disso, no início do semestre, procuro debater com a classe esses critérios oferecendo a oportunidade de contestação e, em caso de necessidade, reformulo os critérios. Dessa forma, considero que percorro o caminho da justiça e da ética. Avaliar pessoas é a tarefa mais árdua e cruel que existe. Via de regra, o professor sofre mais que o aluno. O pior drama de consciência é ficar em dúvida se foi ou não justo nessa hora.

Nesse semestre aconteceu um incidente, que para mim foi a primeira vez. Percorrendo os caminhos estabelecidos no plano de ensino, no que se refere à avaliação, um aluno não conseguiu a nota suficiente para aprovação. Em uma atividade grupal, a produção ficou bem abaixo da média e, com isso, faltaram-lhe os pontos necessários. Os demais integrantes do grupo, por outras razões, foram todos aprovados. Quando parei para pensar na situação lembrei que, justamente esse aluno foi um dos que mais participou dos debates trazendo contribuições enriquecedoras para as aulas. Considero a turma, parceira no processo de construção do conhecimento e aprendizagem. Entretanto, pelo critério da justiça e da letra fria do mesmo, justamente aquele, um dos que mais contribuíram com as aulas, tinha sido prejudicado.

Minha reflexão conduziu ao que os gregos chamavam de χάρη, aquilo que vai além da justiça. É a parte que não é coberta pela justiça, mas que o outro se faz merecedor por aquilo que é. Difícil de mensurar, mas plenamente possível de compreender com o coração. É a hora da flexibilidade porque aprender sempre é possível.

Votos de ótima uma quinta-feira!
DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Rousseau

Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra a 28 de Junho de 1712 e morreu em Ermenonville a 2 de Julho de 1778. Foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo.

Não há dúvida de que Rousseau fez soprar um vento revolucionário sobre as ideias de amor e ódio: ele debate a sexualidade como uma experiência fundamental na vida do ser humano, a tomada de consciência da importância dos sentimentos de amor e ódio na construção da sociedade humana e no seu desenvolvimento pessoal, e enfim, essa abertura para o debate moderno sobre a divisão do amor entre amor conjugal e amor passional. Pode-se atribuir a Rousseau a tentativa de estabelecer, na sociedade do século XVIII, uma nova noção: a de que a personalidade do indivíduo, que concerne o tratamento que ele dá aos outros e a sua própria sexualidade, é formada na infância.[1]


[1] JEAN-JACQUES ROUSSEAU. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau. Acesso em 28 jun 2012.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin, desde Santo Ângelo — Capital missioneira dos Sete Povos~ me congratulo com o estabelecimento de justiça na avaliação violando a norma. Bravo!
    Festejo também JJ Rousseau.
    Permito recomendar aos teus leitores no meu blogue desta quinta-feira o MANIFESTO DA Sociedade Brasileira de Genética SOBRE CIÊNCIA E CRIACIONISMO. Trata-se de uma peça de relevante valor e ouso afirmar que mereceria ser estudada na abertura de qualquer curso de História e Filosofia da Ciência.
    Em mestrechassot.blogspot.com
    Com estima saludos missioneiros.
    attico chassot

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amigo Chassot,
      com certeza vou ler agora e de antemão, conhecendo o autor da postagem, recomendo aos meus leitores a tua blogada de hoje.
      Um abraço,
      Garin

      Excluir