sexta-feira, 29 de junho de 2012

O café - ANO 02 – Nº 474


O CAFÉ

Quando se falava em café, durante a minha infância, isso significava uma caneca cheia de leite com um pouco de café, aquele para dar uma corzinha escura. Sabia que existia café preto porque olhava a mamãe passando num coador comprido, de pano, amarronzado pelo uso.

Havia três momentos especiais, um ainda de madrugada, antes das lides galponeiras[1]. Depois a gente tomava outro café por volta das dez horas, quando o corpo pedia uma paradinha nas tarefas da lavoura. O terceiro café era ao redor de quinze horas, depois da sesta. De qualquer maneira, a hora do café sempre era aguardada com muita expectativa, pois além do próprio, vinha acompanhado com pão de milho coberto com um ‘colchão’ de chimia[2] de abóbora ou de marmelo.

Amanhã vai acontecer um gostoso café, daquele de depois da sesta. Quem sabe, não será café com leite, mas terá um sabor especial porque será um debate em torno da Filosofia e da Ciência proposto por um dos Mestres mais competentes nessa área, o Prof. Dr. Attico Chassot[3]. Estou falando do “Café Filosófico” que acontece amanhã, dia 30/6, na Livraria Nova Roma, Rua Gen. Câmara, 394 (Rua da Ladeira), em Porto Alegre, às 15h. O tema, sem dúvida, é um dos mais contemporâneos que existe: “Que é Ciência, afinal?”.

É bom chegar cedo porque o local costuma lotar. A entrada é cara porque nesses tempos de voracidade de consumo, refletir é um bem raro e doloroso para mentes acostumadas a seguir o rumo das propagandas: custa apenas a vontade de debater e dialogar, aquela que não se conforma aos ‘conhecimentos encaixotados’ que nos vendem em cada esquina das redes sociais.

Votos de uma muito boa sexta-feira!


DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Saint-Exupéry (112 anos)

Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry nasceu em Lyon a 29 de junho de 1900 e desapareceu no Mar Mediterrâneo a 31 de julho de 1944. Foi um escritor, ilustrador e piloto, terceiro filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe.

As suas obras são caracterizadas por alguns elementos como a aviação e a guerra. Também escreveu artigos para várias revistas e jornais da França e outros países, sobre muitos assuntos, como a guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França.

Destaca-se Le Petit Prince (O Pequeno Príncipe, no Brasil ou O Principezinho, em Portugal) de 1943, livro de grande sucesso de Saint-Exupéry.

Le Petit Prince pode parecer simples, porém apresenta personagens plenos de simbolismos: o rei, o contador, o geógrafo, a raposa, a rosa, o adulto solitário e a serpente, entre outros. O personagem principal vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha três vulcões, dois ativos e um extinto. Tinha também uma flor, uma formosa flor de grande beleza e igual orgulho. Foi o orgulho da rosa que arruinou a tranquilidade do mundo do pequeno príncipe e o levou a começar uma viagem que o trouxe finalmente à Terra, onde encontrou diversos personagens a partir dos quais conseguiu repensar o que é realmente importante na vida.

O romance mostra uma profunda mudança de valores, e sugere ao leitor quão equivocados podem ser os nossos julgamentos, e como eles podem nos levar à solidão. O livro nos leva à reflexão sobre a maneira de nos tornarmos adultos, entregues às preocupações diárias, e esquecidos da criança que fomos e somos.[4]


[1] Atividades realizadas nos galpões onde se ficavam as vacas, que envolvia além da ordenha, liberar os animais, retirar o esterco,  colocar mais trato para as vacas que voltariam só depois do pôr-do-sol.
[2] Doce, diferente da geleia; é um termo que deriva do alemao schimier, nesse idioma representado por um subproduto do leite.
[4] ANTOINE DE SAINT-EXUPERÝ. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Antoine_de_Saint-Exup%C3%A9ry. Acesso em 29 jun 2012.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin, acabo de chegar a Frederico Westphalen numa viagem de quase 3 horas pelo noroeste missioneiro do Rio Grande do Sul. Já há orientanda na portaria do Hotel. Não consegui acessar teu blogue em Santo Ângelo, por falta de internet.
    Fi-lo aqui. Que grato presente. Obrigado por tão dadivosa promoção.
    Por ‘falta tempo’ não comento Saint Exupéry.
    Uma vez mais obrigado


    attico chassot

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    1. Amigo Attico,
      acho que não aguentaria metade das tuas viagens e do teu volume de trabalho. Bom retorno!
      Um abraço,
      Garin

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