domingo, 24 de junho de 2012

A tempestade - ANO 02 – Nº 469


A TEMPESTADE

As manifestações climáticas da natureza sempre impuseram pavor ao ser humano. Pelo menos essa a percepção que se tem a partir dos estudos realizados sobre restos arqueológicos. Entre os muitos inimigos enfrentados, aqueles que são indomáveis referem-se a tempestades, enchentes, nevascas etc. Os outros inimigos, como animais ferozes, escassez de alimentos, secas, o ser humano sempre buscou formas de superar e conseguiu soluções proveitosas.

Entretanto, as manifestações climáticas se conservaram num patamar fora do controle humano. A alternativa foi buscar explicação e ajuda em forças extraordinárias que pudessem alimentar a coragem e aumentar as suas energias. Nesse sentido, a construção de religiões se tornou a possibilidade mais frequente e com resultados importantes. Se não era possível domar as manifestações do clima,  seria possível acalmar o medo que solapa as energias vitais através da fé.

Embora minha mãe sempre tenha sido metodista e, portanto, do ramo evangélico, a ouvi muitas vezes, diante de trovões e tempestades fortes, repetir uma oração, que não pertencia ao ritual e à doutrina protestante. Como se fosse um mantra, dizia ela, repetidas vezes: “Santa Bárbara e São Jerônimo!”.

Se as tempestades e outras forças da natureza não se acalmavam diante das manifestações religiosas, pelo menos a inquietação do coração humano se apaziguava ao ponto de encontrar um caminho que o levasse à proteção ou à fuga.

No Evangelho encontramos uma narrativa na qual os discípulos se encontravam no meio do mar enfrentando uma tempestade. Como é comum, o medo tomou conta deles e a sua fé balançou perigosamente. Desesperados, acordaram o Mestre que acalmou a tempestade. Impactados pelo acontecido, ouviram de Jesus a repreensão que mereciam por não terem encontrado o caminho por eles mesmos:

Porque sois assim tímidos? Como é que não tendes fé? (Mc 4.40)

Votos de um domingo cheio de fé, inclusive para acalmar as tempestades!

2 comentários:

  1. eu caro Garin,
    ~~ um homem de muita fé ~~
    agradeço e retribuo votos para o ultimo domingo de junho 2012 que se faz frio mas ensolarado,
    attico chassot

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    1. Amigo Chassot,
      espero que minha fé nunca seja "demais"; tenho aprendido, com meus colegas, que a fé é necessária à compreensão da ciências, inclusive as da natureza.

      Um abraço,

      Garin

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