segunda-feira, 18 de junho de 2012

Insistência - ANO 02 – Nº 463


INSISTÊNCIA

Precisava trocar uma mercadoria, antão aproveitei o final do domingo para fazer isso. Quando cheguei ao estabelecimento procurei me informar onde se fazia tal procedimento. Um atendente indicou um balcão no lado oposto ao da entrada.

Quando cheguei ao setor havia uma longa fila de pessoas que tiveram a mesma ideia minha. Do outro lado do balcão, duas atendentes se desdobravam para dar conta da tarefa de atender aos clientes insatisfeitos com suas compras. Certamente não seria um setor que eu gostaria de trabalhar. Normalmente o comprador já chega à loja irritado. Ao enfrentar aquela fila seu índice de irritação aumenta. É possível observar as histórias que cada um conta tentando explicar porque investiu parte do seu domingo para estar ali.

A minha frente havia um casal com um carrinho de mercadorias para trocar. Não tinham defeitos, mas faziam parte dos presentes de casamento que não lhe serviam. A atendente explicou que aquele setor era destinado às trocas de mercadorias com defeito e indicou que o tipo de troca que o casal pretendia era noutro setor e lhe deu as informações necessárias para chegar até lá. Entretanto, a mulher iniciou uma batalha para tentar resolver o seu problema ali mesmo. Na primeira contradição dela, o marido se afastou e sentou-se nas cadeiras que estavam dispostas ao lado do setor e ficou observando de longe aquilo que poderia ser classificado como uma luta inglória. A mulher gesticulava e falava, notadamente irritada, sobre o que entendia ser o seu direito. Pretendia ser atendida naquela hora e ali mesmo. Depois de diversas vezes e de maneiras diferentes, a atendente explicar que o setor tinha outra finalidade, a mulher abandonou a batalha e se dirigiu ao setor competente.

Enquanto acompanhava o desenrolar da discussão fiquei pensando com os meus botões sobre o que leva as pessoas a insistirem numa causa perdida. É o tipo de investimento cujo resultado será sempre a perda. Entretanto, a percepção torta de possíveis direitos empurra as pessoas à irracionalidade. Cresce o egoísmo, agiganta-se a prepotência e ao fim e ao cabo, resulta apenas incompreensões e ofensas a quem está fazendo seu trabalho corretamente. Além de irritar a atendente, também a reclamante teve seu dia desgastado por uma batalha boba, posto que mal dirigida.

Parece que essa é a tendência contemporânea: a confusão entre direitos e encaminhamentos. Os direitos são conquistados através das leis, mas os encaminhamentos adequados são competência de quem reclama. Não é lógico reclamar ao açougueiro um medicamento que comprei na farmácia. Mesmo que sejamos muito impulsionados pelas emoções, na atualidade, a lógica ainda continua sendo uma ferramenta importante. De outra sorte, não é na base do grito e da imposição que se consegue encaminhar as dificuldades do cotidiano.

Com votos de uma ótima semana!
DESTAQUE DO DIA

Dia do Químico

Hoje se comemora, no Brasil, o Dia do Químico. Esta data foi e escolhida porque neste dia, no ano de 1956, foi criado o Conselho Federal de Química, juntamente com os Conselhos Regionais de Química. Mas a profissão de Químico é um pouco mais antiga, foi regulamentada em 1934. A Química em si é o material de trabalho do Químico: o estudo da matéria, sua composição e suas transformações. A química tem sua origem na Alquimia, ciência da Antiguidade, hoje ela faz parte de nosso cotidiano, está presente em quase todas as indústrias, através dela é possível fabricar vários produtos como: cosméticos, tintas, remédios, fertilizantes, dentre outros.[1]

O químico atua por meio da análise e da síntese, as atividades realizadas por este profissional vão desde o desenvolvimento de produtos, controle de processos químicos, tratamento de resíduos industriais, saneamento básico, gestão ambiental até planejamento e direção de empresas.

A ciência química surge no século XVII, a partir dos estudos de alquimia, populares entre muitos dos cientistas da época. Considera-se que os princípios básicos da Química se recolhem pela primeira vez, na obra do cientista britânico Robert Boyle: The Sceptical Chymist (1661). A Química, como tal, começa um século mais tarde, com os trabalhos do francês Lavoisier e suas descobertas em relação ao oxigênio, à lei da conservação da massa e à refutação da teoria do flogisto como teoria da combustão. A partir destas leis de Lavoisier teve-se o início da Química Moderna.[2]

Um abraço especial ao meu amigo Prof. Dr. Attico Inácio Chassot, professor de Química, pela passagem do Dia do Químico!


[1] DIA DO QUÍMICO. Disponível em http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-quimico.htm. Acesso em 18 jun 2012.
[2] QUÍMICA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica. Acesso em 18 jun 2012.

2 comentários:

  1. Meu querido amigo e colega Garin,
    acolho emocionado a homenagem que fazes aqui e também no meu blogue. Sou um professor de Ciências. A Química hoje, para mim é substrato que uso para fazer Educação.
    Teu relato de realidade revela uma atitude muito feminina: são mais lutadores quanto as direitos do consumidor, mesmo que na situação ela parecia não tê-los.
    Uma boa semana junina, attico chassot

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    1. Amigo Chassot,
      a quem honra, honra. Quem uma vez foi químico nunca deixará de o sê-lo, mesmo que mude de perfil. Tu mesmo me falas isso a respeito do período em que estive na gestão.
      Um abraço,
      Garin

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