quinta-feira, 31 de maio de 2012

A coisa certa - ANO 02 – Nº 445


A COISA CERTA

Hoje estou convidando os leitores e leitoras deste blog a refletir sobre uma parte da obra de Aristóteles (384 a.C. – 367 a.C.) quando se refere à ética. Vamos ao texto:

O prazer ou a dor que sobrevêm aos atos devem ser tomados como sinais indicativos de nossas disposições morais. Com efeito, o homem que se abstém dos prazeres do corpo e se alegra com a própria abstenção é temperante; em contraste, o homem que se aborrece com isso é intemperante; e quem enfrenta coisas temíveis e sente prazer em fazê-lo, ou, pelo menos, não sofre com isso, é corajoso, ao passo que o homem que sofre quando enfrenta coisas temíveis é covarde. Com efeito, a excelência moral relaciona-se com prazer e sofrimento; é por causa do prazer que praticamos más ações, e por causa do sofrimento que deixamos de praticar ações nobres. Por isso, como diz Platão, deveríamos ser educados desde a infância de maneira a nos deleitarmos e de sofrermos com as coisas certas; assim deve ser a educação correta.[1]

Evidentemente, que ao tempo de Aristóteles, a preocupação ética maior era encontrar a maneira correta de alcançar a virtude. Considerando o contexto belicoso e o cenário político, buscavam-se formas e posturas que correspondessem ao ideal de ser humano virtuoso.

Deixando de lado esse contexto, o pensamento do Filósofo nos conduz a refletir sobre o contexto contemporâneo e os desafios éticos do nosso tempo no que diz respeito à postura política e a perseguição daquilo que o ser humano atual considera ‘virtuoso’. Se tivéssemos que responder agora qual é a educação correta, qual seria nossa reação? Um momento para refletir sobre os tempos contemporâneos de moralidade líquida.

Votos de um boa quinta-feira!
DESTAQUE DO DIA

Dia mundial de luta contra o tabaco

A palavra "tabaco" originou-se do termo taino tabaco, que designava o tubo em forma de "y" com que estes índios fumavam a erva. O seu nome científico, Nicotiana foi dado em homenagem ao embaixador francês em Portugal Jean Nicot, o introdutor da planta na França. No entanto a palavra árabe tabbaq já era usada, no século IX, como nome de várias plantas. O tabaco foi trazido para a Europa, aonde se veio a tornar muito popular, pelos espanhóis no início do século XVI. Antes disso era apenas encontrado na América, onde já era usado pelo nativos americanos. Era mascado, ou então aspirado sob a forma de rapé (depois de secar as suas folhas). Em 1561, Jean Nicot aspirava-o moído (rapé) e percebeu que ele aliviava suas enxaquecas. Desta forma, nesse ano, enviou sementes e pó de tabaco para França, para que a rainha Catarina de Médicis, o experimentasse no combate às suas enxaquecas. Com o sucesso deste tratamento, o uso do rapé começou a se popularizar. O corsário Sir Francis Drake foi o responsável pela introdução do tabaco em Inglaterra em 1585, mas o uso de cachimbo só se generalizou graças a outro navegador, sir Walter Raleigh.[2] Hoje, no entanto, sabe-se que o tabaco causa inúmeros prejuízos à saúde humana sendo combatido em quase todas as partes do mundo.

Hoje é o dia dedicado ao combate ao uso do tabaco nas suas formas mais distintas, cigarro, charuto, cachimbo etc. É um momento de alerta para todas as pessoas.


[1] ARISTÓTOLES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2001, p.43.
[2] TABACO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabaco. Acesso em 31 maio 2012.

4 comentários:

  1. Muito estimado Garin,
    também: o filósofo.
    Releva, mas não tenho alcance para entender a proposta aristotélica de abster-nos do prazer. Prefiro que militemos na abstinência do tabaco que mata ~~ dolorosamente ~~ milhões de mulheres e homens a cada ano.
    Com admiração,
    attico chassot

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    1. Amigo Chassot,
      quando Aristóteles fala de prazer ele se às coisas que destroem o ser humano, são os impulsos malignos que acometem às paixões da alma. bem diferente do que entendemos por prazer na atualidade.
      Um abraço,

      Garin

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  2. Está questão da educação correta veio bem a calhar, hoje dia de formação continuada da SEC, oferecido aos professores. O professor José Luiz ministrou a oficina muito bem! É difícil catalizar reflexões com professores desanimados e um tanto raivosos...

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    1. Colega Marília,
      a frustração e outros sentimentos negativos impedem a consciência de realizar juízos de valor adequados. Quando se trabalha com educação não há como desconsiderar o contexto humano no qual se insere os seus agentes.
      Um abraço,

      Garin

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